São Paulo, quarta-feira, 15 de setembro de 2010

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Crescem pós-graduações de nível ótimo

Número de programas com nota 6 ou 7 aumentou em avaliação federal, mas eles representam só 11% do total

SP é o Estado que mais tem programas bem avaliados; na outra ponta, 3% dos cursos podem ser fechados

LARISSA GUIMARÃES
DE BRASÍLIA

O número de mestrados e doutorados com padrão internacional cresceu no país, mas esses cursos só representam 11% do total.
A avaliação, feita a cada três anos, foi divulgada ontem pela Capes (autarquia ligada ao MEC responsável pela pós-graduação do país).
Em 2007, o país contava com 237 mestrados e doutorados com padrão internacional (notas 6 e 7). Neste ano, o número foi de 298 -entre as 2.718 avaliadas.
Quase metade dos programas de mestrado e doutorado top está no Estado de São Paulo, a maioria deles na USP. O Rio é o segundo Estado com maior número de cursos no topo do ranking (60).
Enquanto o Sudeste acumula cursos de ponta, o Norte só conta com um programa de mestrado e doutorado nesse nível. A UFPA (Universidade Federal do Pará) é a única que aparece na lista de padrão internacional, com geologia e geoquímica.

REPROVADOS
A escala de avaliação da Capes varia de 1 a 7, sendo que as notas 1 e 2 são consideradas insuficientes. Nesses casos, os cursos perdem o credenciamento e são obrigados a fechar as portas.
Neste ano, 2,7% dos programas não atingiram o desempenho mínimo. Esses cursos terão 30 dias para apresentar recurso.
Quase um terço dos mestrados e doutorados do país recebeu nota 3 -desempenho regular, que atende apenas ao padrão mínimo de qualidade, segundo a Capes.
O presidente da Capes, Jorge Almeida Guimarães, disse que os avanços do país na área são consideráveis, principalmente pelo fato de o Brasil ter um sistema universitário ainda muito jovem.
"Quando a USP foi criada, a Harvard [universidade dos EUA que é uma das mais prestigiadas do mundo] já tinha quase 300 anos", disse.
O pesquisador Oscar Hipólito, ex-diretor do Instituto de Física da USP-São Carlos, afirma que os resultados mostram que a pós-graduação brasileira melhorou.
"Há o risco de a avaliação ter sido mais fácil, mas o exame geralmente é rigoroso. O aumento do número de programas 6 e 7 é um bom sinal."
Hipólito, hoje pesquisador do Instituto Lobo, afirma que a própria existência da avaliação faz com que as instituições tentem melhorar, uma vez que as piores podem ser descredenciadas e as melhores recebem mais recursos federais para pesquisa.
Já o ex-diretor da Capes Renato Janine Ribeiro diz que os resultados não são muito significativos para se avaliar a qualidade da pós-graduação, pois a distribuição dos cursos entre os patamares não costuma variar.
"De positivo, destacamos que menos de 3% ficaram com 1 e 2, o que é baixo."


Colaborou FÁBIO TAKAHASHI

FOLHA.com
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