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Crescem pós-graduações de nível ótimo
Número de programas com nota 6 ou 7 aumentou em avaliação federal, mas eles representam só 11% do total
SP é o Estado que mais
tem programas bem
avaliados; na outra
ponta, 3% dos cursos
podem ser fechados
LARISSA GUIMARÃES
DE BRASÍLIA
O número de mestrados e
doutorados com padrão internacional cresceu no país,
mas esses cursos só representam 11% do total.
A avaliação, feita a cada
três anos, foi divulgada ontem pela Capes (autarquia ligada ao MEC responsável pela pós-graduação do país).
Em 2007, o país contava
com 237 mestrados e doutorados com padrão internacional (notas 6 e 7). Neste
ano, o número foi de 298
-entre as 2.718 avaliadas.
Quase metade dos programas de mestrado e doutorado top está no Estado de São
Paulo, a maioria deles na
USP. O Rio é o segundo Estado com maior número de cursos no topo do ranking (60).
Enquanto o Sudeste acumula cursos de ponta, o Norte só conta com um programa
de mestrado e doutorado
nesse nível. A UFPA (Universidade Federal do Pará) é a
única que aparece na lista de
padrão internacional, com
geologia e geoquímica.
REPROVADOS
A escala de avaliação da
Capes varia de 1 a 7, sendo
que as notas 1 e 2 são consideradas insuficientes. Nesses casos, os cursos perdem o
credenciamento e são obrigados a fechar as portas.
Neste ano, 2,7% dos programas não atingiram o desempenho mínimo. Esses
cursos terão 30 dias para
apresentar recurso.
Quase um terço dos mestrados e doutorados do país
recebeu nota 3 -desempenho regular, que atende apenas ao padrão mínimo de
qualidade, segundo a Capes.
O presidente da Capes, Jorge Almeida Guimarães, disse
que os avanços do país na
área são consideráveis, principalmente pelo fato de o
Brasil ter um sistema universitário ainda muito jovem.
"Quando a USP foi criada,
a Harvard [universidade dos
EUA que é uma das mais
prestigiadas do mundo] já tinha quase 300 anos", disse.
O pesquisador Oscar Hipólito, ex-diretor do Instituto de
Física da USP-São Carlos,
afirma que os resultados
mostram que a pós-graduação brasileira melhorou.
"Há o risco de a avaliação
ter sido mais fácil, mas o exame geralmente é rigoroso. O
aumento do número de programas 6 e 7 é um bom sinal."
Hipólito, hoje pesquisador
do Instituto Lobo, afirma que
a própria existência da avaliação faz com que as instituições tentem melhorar, uma
vez que as piores podem ser
descredenciadas e as melhores recebem mais recursos federais para pesquisa.
Já o ex-diretor da Capes
Renato Janine Ribeiro diz
que os resultados não são
muito significativos para se
avaliar a qualidade da pós-graduação, pois a distribuição dos cursos entre os patamares não costuma variar.
"De positivo, destacamos
que menos de 3% ficaram
com 1 e 2, o que é baixo."
Colaborou FÁBIO TAKAHASHI
FOLHA.com
Veja nota por instituição
folha.com.br/sa798635
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