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Acusado de matar prostituta é preso
ALESSANDRO SILVA
da Folha Ribeirão
A Polícia Civil de Ribeirão Preto
(319 km de São Paulo) prendeu
ontem o empresário Pablo Russel
Rocha, 24, sob acusação de arrastar até a morte a garota de programa Selma Heloísa Artigas da Silva,
22, em uma camionete Pajero, na
última sexta-feira. Selma estava
grávida de três meses.
Rocha se apresentou ao setor de
homicídios da Polícia Civil, às 9h,
acompanhado do advogado Said
Issa Hallah, e disse que Selma
morreu em um "acidente". Quatro horas depois, saiu o mandado
de prisão temporária contra ele.
Rocha foi visto sexta-feira, por
volta das 3h, saindo com Selma de
uma chácara de prostituição da cidade. Às 4h, a polícia encontrou o
corpo da garota, desfigurado e
sem um braço, na avenida Caramuru, zona sul da cidade.
No depoimento, segundo o delegado Samuel Antônio Zanferdini,
que investiga o caso, o empresário
afirmou que a garota de programa
morreu porque ficou "enroscada" no cinto de segurança.
Hallah confirmou que Rocha pegou Selma na chácara. "No caminho de volta à cidade, ele decidiu
ir para casa e ela queria rodar com
o carro. Depois, a garota resolveu
ficar no anel viário."
No momento em que foi sair do
carro, segundo a defesa, Selma se
prendeu ao cinto. O motorista não
teria percebido o barulho porque
estava com o som alto.
"Ele só parou a camionete
quando a disqueteira mudou o CD
e houve silêncio", disse Hallah.
Rocha não deu entrevista ontem.
O depoimento dele durou três horas. Rocha saiu escoltado, com a
cabeça coberta por uma camisa,
direto para o anexo prisional ao
lado do prédio da delegacia.
O prédio onde funciona a DIG
(Delegacia de Investigações Gerais), no centro, foi cercado em seguida por aproximadamente 300
pessoas, conforme estimativa da
Polícia Militar. Houve pelo menos
uma tentativa de invasão, contida
por investigadores. O empresário
responde a inquérito por homicídio duplamente qualificado.
Para a polícia, além de matar, ele
teria sido cruel e cometido o delito
por motivo fútil. Os agravantes
podem aumentar a pena, em caso
de condenação.
Segundo o Instituto de Criminalística, a vítima foi arrastada amarrada ao veículo por 2,5 quilômetros, durante quase 1 hora.
O suposto assassino ficará preso
por 20 dias, enquanto prosseguem
as investigações.
A camionete que ele dirigia foi
apresentada ontem para perícia,
lavada, e com um dos pneus -o
traseiro, do lado do passageiro-
trocado. "Faremos um trabalho
em conjunto com o médico que
examinou o corpo da moça para
saber o que aconteceu", disse Carlos Alberto Vieira Sampaio, diretor técnico do Núcleo de Perícia
Criminalística de Ribeirão Preto.
Esta semana, a polícia deve marcar a data para a reconstituição do
crime.
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