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Valets desrespeitam lei em São Paulo e param carros na rua
Regulamentação sobre serviço de manobrista determina que automóveis fiquem em estacionamentos privados com seguro
Situações ilegais foram flagradas pela reportagem que rodou por pontos badalados nas madrugadas de quarta e quinta-feira
RAFAEL TARGINO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
APU GOMES
REPÓRTER-FOTOGRÁFICO
Quinta-feira, dia 11 de outubro, 0h30. Um grupo de quatro
pessoas chega à boate. O motorista entrega o carro ao serviço
de valet e entra no clube. O manobrista arranca com o automóvel, dá a volta no quarteirão,
cruza uma avenida e estaciona
o carro no meio-fio de uma rua
próxima.
Situações ilegais como essa,
que a Folha flagrou no Brooklin (zona sul), são comuns nos
bares e restaurantes de São
Paulo. A reportagem rodou por
pontos badalados da cidade durante as madrugadas de quarta
e quinta-feira passadas e colecionou irregularidades cometidas pelos manobristas.
No começo deste ano, a prefeitura regulamentou a lei
13.763/04, com normas para o
serviço de valet parking. Pela
lei, os carros devem ficar em
estacionamentos privados,
com seguro contra incêndio,
furto, roubo e colisão.
No caso citado acima, os manobristas que prestam serviço
ao clube Cabaret, na rua Quintana, estacionam os carros numa praça na rua Surubim, a
dois quarteirões do clube, e o
preço cobrado pelo serviço é de
R$ 12, "com seguro."
Na madrugada da quarta-feira, a Folha passou cerca de
uma hora e meia na região da
rua Aspicuelta, na Vila Madalena (zona oeste).
No bar São Bento, na esquina
com a Mourato Coelho, os manobristas colocam os carros na
rua Zapara e na praça Senador
Lineu Prestes, a poucos metros
do bar. Quando o horário de fechamento se aproxima -por
volta de 1h da manhã- os manobristas trazem os carros em
frente ao estabelecimento.
Alta velocidade
Os exemplos de irregularidades continuam na rua Amauri,
no Itaim Bibi (zona oeste), onde estão alguns dos restaurantes mais caros da cidade.
Os manobristas do restaurante Parigi também deixam de
colocar o carro em estacionamentos, como manda a legislação, e os param na rua Campos
Bicudo, esquina da Amauri.
A reportagem viu, inclusive,
manobristas arrancando em alta velocidade, de ré, na hora de
voltar com o carro para a frente
do restaurante.
Os automóveis também ficam parados na calçada do Parigi. "Nessa calçada, a gente
tem um espaço que é nosso. A
gente pode parar, é uma calçada do prédio. Você tira quatro
metros para dentro e a calçada
é da gente", afirma Hélio Andrade, gerente do restaurante.
Segundo a Subprefeitura de
Pinheiros, responsável pelas
três áreas, os locais citados pela
reportagem já foram notificados sobre irregularidades nos
estacionamentos. No total, 187
estabelecimentos estão com
ação fiscal em curso na região.
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