São Paulo, segunda-feira, 15 de outubro de 2007

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Valets desrespeitam lei em São Paulo e param carros na rua

Regulamentação sobre serviço de manobrista determina que automóveis fiquem em estacionamentos privados com seguro

Situações ilegais foram flagradas pela reportagem que rodou por pontos badalados nas madrugadas de quarta e quinta-feira

RAFAEL TARGINO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

APU GOMES
REPÓRTER-FOTOGRÁFICO

Quinta-feira, dia 11 de outubro, 0h30. Um grupo de quatro pessoas chega à boate. O motorista entrega o carro ao serviço de valet e entra no clube. O manobrista arranca com o automóvel, dá a volta no quarteirão, cruza uma avenida e estaciona o carro no meio-fio de uma rua próxima.
Situações ilegais como essa, que a Folha flagrou no Brooklin (zona sul), são comuns nos bares e restaurantes de São Paulo. A reportagem rodou por pontos badalados da cidade durante as madrugadas de quarta e quinta-feira passadas e colecionou irregularidades cometidas pelos manobristas.
No começo deste ano, a prefeitura regulamentou a lei 13.763/04, com normas para o serviço de valet parking. Pela lei, os carros devem ficar em estacionamentos privados, com seguro contra incêndio, furto, roubo e colisão.
No caso citado acima, os manobristas que prestam serviço ao clube Cabaret, na rua Quintana, estacionam os carros numa praça na rua Surubim, a dois quarteirões do clube, e o preço cobrado pelo serviço é de R$ 12, "com seguro."
Na madrugada da quarta-feira, a Folha passou cerca de uma hora e meia na região da rua Aspicuelta, na Vila Madalena (zona oeste).
No bar São Bento, na esquina com a Mourato Coelho, os manobristas colocam os carros na rua Zapara e na praça Senador Lineu Prestes, a poucos metros do bar. Quando o horário de fechamento se aproxima -por volta de 1h da manhã- os manobristas trazem os carros em frente ao estabelecimento.

Alta velocidade
Os exemplos de irregularidades continuam na rua Amauri, no Itaim Bibi (zona oeste), onde estão alguns dos restaurantes mais caros da cidade.
Os manobristas do restaurante Parigi também deixam de colocar o carro em estacionamentos, como manda a legislação, e os param na rua Campos Bicudo, esquina da Amauri.
A reportagem viu, inclusive, manobristas arrancando em alta velocidade, de ré, na hora de voltar com o carro para a frente do restaurante.
Os automóveis também ficam parados na calçada do Parigi. "Nessa calçada, a gente tem um espaço que é nosso. A gente pode parar, é uma calçada do prédio. Você tira quatro metros para dentro e a calçada é da gente", afirma Hélio Andrade, gerente do restaurante.
Segundo a Subprefeitura de Pinheiros, responsável pelas três áreas, os locais citados pela reportagem já foram notificados sobre irregularidades nos estacionamentos. No total, 187 estabelecimentos estão com ação fiscal em curso na região.


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