São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 2008

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Prisão em Maceió proíbe visitante de usar roupa preta, cinza ou branca

Medida visa evitar fugas, diz intendente-geral; veto inclui minissaia e short

SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA

O uso de roupas pretas, brancas ou cinzas está proibido entre os visitantes do presídio Baldomero Cavalcante, em Maceió (AL). A medida foi adotada para evitar fuga de presos.
Segundo Luiz Bugarin, intendente-geral do sistema penitenciário de Alagoas, há casos em que os detentos tentam confundir a segurança nos dias de visita, quando ocorre grande movimento de pessoas, para deixar o presídio utilizando roupas pretas (como as usadas pelos agentes), brancas (usadas pelos enfermeiros e cozinheiros) ou cinzas (dos integrantes de um grupo especial formado por agentes penitenciários).
Para evitar possíveis brigas dentro do presídio por ciúmes, a entrada de mulheres usando minissaia ou short curto também está vetada.
"Os presos criam várias formas para fugir. Ou usam uma roupa que desperta menos suspeita ou usam roupa idêntica à da segurança", diz Bugarin.
Segundo o intendente, há cerca de 15 dias um preso tentou se passar por um evangélico para escapar, mas foi flagrado.
A proibição das roupas vai completar um mês. Anteontem, cerca de 20 mulheres que são familiares de presos apresentaram à Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), em Alagoas, uma reclamação assinada por cerca de 300 presos sobre as condições das visitas.
Além dos vetos às cores das roupas, elas reclamam dos atrasos nos horários de visita, que obrigam os familiares -entre eles crianças- a ficar mais tempo na fila, sob sol ou chuva.
A mulher de um preso, que se identificou apenas como Simoní, disse que os familiares chegam ao presídio por volta das 3h, mas só começam a ser atendidos às 9h30. O horário de visita em geral começa às 8h.
Segundo Bugarin, as filas maiores de visitantes são provocadas pela superlotação. O presídio tem 351 vagas, mas abriga 577 presos.
Para Gilberto Irineu, presidente da Comissão de Direitos Humanos, há desrespeito com mães e mulheres dos presos.


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