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Prisão em Maceió proíbe visitante de usar roupa preta, cinza ou branca
Medida visa evitar fugas, diz intendente-geral; veto inclui minissaia e short
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
O uso de roupas pretas, brancas ou cinzas está proibido entre os visitantes do presídio
Baldomero Cavalcante, em
Maceió (AL). A medida foi adotada para evitar fuga de presos.
Segundo Luiz Bugarin, intendente-geral do sistema penitenciário de Alagoas, há casos
em que os detentos tentam
confundir a segurança nos dias
de visita, quando ocorre grande
movimento de pessoas, para
deixar o presídio utilizando
roupas pretas (como as usadas
pelos agentes), brancas (usadas
pelos enfermeiros e cozinheiros) ou cinzas (dos integrantes
de um grupo especial formado
por agentes penitenciários).
Para evitar possíveis brigas
dentro do presídio por ciúmes,
a entrada de mulheres usando
minissaia ou short curto também está vetada.
"Os presos criam várias formas para fugir. Ou usam uma
roupa que desperta menos suspeita ou usam roupa idêntica à
da segurança", diz Bugarin.
Segundo o intendente, há
cerca de 15 dias um preso tentou se passar por um evangélico
para escapar, mas foi flagrado.
A proibição das roupas vai
completar um mês. Anteontem, cerca de 20 mulheres que
são familiares de presos apresentaram à Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil), em
Alagoas, uma reclamação assinada por cerca de 300 presos
sobre as condições das visitas.
Além dos vetos às cores das
roupas, elas reclamam dos
atrasos nos horários de visita,
que obrigam os familiares -entre eles crianças- a ficar mais
tempo na fila, sob sol ou chuva.
A mulher de um preso, que se
identificou apenas como Simoní, disse que os familiares chegam ao presídio por volta das
3h, mas só começam a ser atendidos às 9h30. O horário de visita em geral começa às 8h.
Segundo Bugarin, as filas
maiores de visitantes são provocadas pela superlotação. O
presídio tem 351 vagas, mas
abriga 577 presos.
Para Gilberto Irineu, presidente da Comissão de Direitos
Humanos, há desrespeito com
mães e mulheres dos presos.
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