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Logística do Enem foi mudada, diz Haddad
Segundo o ministro, o governo não autorizou a mudança do local de manuseio das provas, furtadas da gráfica em SP
Plano era só manusear as provas no Rio, em empresa integrante do consórcio que realizaria o exame, e não na gráfica; consórcio não fala
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O local de manuseio dos
exemplares da prova do Enem
que vazou foi modificado sem o
aval do governo, afirmou ontem o ministro Fernando Haddad (Educação).
Foi nesse ambiente que o
exame foi furtado, segundo a
Polícia Federal, que já indiciou
cinco pessoas no inquérito que
investiga o vazamento.
Haddad afirmou ter como
base informações preliminares
de servidores do Inep, órgão do
MEC que realiza a avaliação.
O plano logístico entregue ao
Inep pelo consórcio Connasel,
que venceu a licitação para fazer o Enem, previa que o "emalotamento" das provas seria feito no Rio de Janeiro sob a supervisão da Funrio, fundação
que fazia parte do consórcio.
O "emalotamento" compreenderia o manuseio da prova -da colocação de etiquetas
até a separação das provas em
caixas para a posterior distribuição para o resto do país.
Em vez disso, no entanto, as
avaliações que seriam aplicadas em São Paulo foram manuseadas em um ambiente da gráfica Plural, responsável pela
impressão das provas. De acordo com o ministro, funcionários do Inep estiveram na gráfica dez dias antes e não constataram problemas de segurança.
Segundo Haddad, a eventual
autorização do Inep para a mudança de local ainda está sendo
investigada por uma auditoria
aberta para apurar se há ou não
responsabilidade de servidores
em relação à fraude.
"Isto precisa ser apurado:
quem mudou o plano logístico
e por quê. Sabendo isso, vamos
saber por que se gerou um ambiente inseguro. Essa questão
precisa ser devidamente explicada pelo consórcio", disse.
A mudança no local de manuseio deverá embasar uma
ação de ressarcimento do Estado. "Independentemente de
essa nova área de manuseio ter
tido autorização ou não, é impossível desonerar o consórcio
da execução do contrato."
Haddad afirmou que não
houve fiscalização do Inep por
24 horas, mas que isso cabia ao
consórcio. Formado pela empresa Consultec, pela FunRio e
pelo Instituto Cetro, o Connasel não se manifestou.
Licitação
O ministro defendeu que a
realização das provas do Enem
seja feita nas próximas edições
pelo Cespe, ligado à UnB (Universidade de Brasília).
O raciocínio é que isso poderia ser feito sem licitação, uma
vez que a entidade é ligada a
uma universidade federal e tem
experiência em concursos.
O Enem deste ano será realizado pelo Cespe e pela Fundação Cesgranrio, em parceria
com os Correios e a PF. O valor
do contrato, de acordo com o
MEC, ainda não foi fechado.
Mudança
Com a alteração nas datas do
Enem, a UFF (Universidade
Federal Fluminense) decidiu
ontem que não usará mais o
exame na 1ª fase, por temer que
as notas do Enem cheguem tarde e adiem o início das aulas,
previsto para março.
O exame será utilizado apenas como bônus na nota e nas
vagas que sobrarem. Reabertas,
as inscrições da UFF vão de
27/10 a 5/ 11.
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