São Paulo, sexta-feira, 15 de outubro de 2010

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HC coleta chapas de raio-X para reciclagem

RAPHAEL MARCHIORI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A aposentada Olinda de Almeida, 75, sofre de reumatismo e coleciona chapas de raio-X em casa. "Não sei onde descartar esses exames e acabo guardando tudo", diz.
O que ela não sabe é que já existe um ponto de coleta de radiografias no Hospital das Clínicas, em São Paulo. O posto funciona no prédio dos ambulatórios, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
O projeto visa eliminar o descarte indevido das chapas. Elas são compostas de acetato, plástico que leva mais de cem anos para se decompor, e prata, um metal pesado. Ambos podem contaminar solos e rios, caso jogados no lixo comum.
O descarte, porém, só deve ocorrer com o aval do médico. "Há exames que precisam de referencial comparativo e devem ser guardados por alguns anos", afirma Carlos Suslik, diretor do HC.
Desde a implantação, em junho, o posto do hospital já recebeu 1.500 kg de radiografias. O material é todo doado ao Fundo de Solidariedade de São Paulo (Fussesp).
Em média, o Fussesp recebe do HC, por mês, mil toneladas de exames. O número já chegou a 5.000 por mês. A quantidade cai à medida que as máquinas analógicas de raio-X são substituídas por digitais, que não exigem a impressão dos exames.
A empresa DPC Brasil, que adquire o material do Fussesp, compra 20 mil kg de chapas por mês, ao custo de R$ 3 o quilo. Quarenta funcionárias separam e lavam os exames em uma solução com água e soda cáustica.
É a partir desse processo que ocorre a extração da prata, reutilizada na fabricação de joias. Já o plástico vira embalagens de presente.


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