São Paulo, quarta-feira, 15 de novembro de 2006

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Lembo autoriza pedágios no Rodoanel

Cobrança deve ser iniciada em 2008; modelo de concessão segue indefinido

Sugestão é que sejam instituídas tarifas de R$ 5 em duas praças ao longo dos trechos oeste, já concluído, e do sul, ainda em fase inicial

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), autorizou ontem a privatização e a cobrança de pedágio no Rodoanel, principal obra de interligação rodoviária do Estado. Segundo o secretário do Planejamento, Fernando Braga, caso não haja percalços durante a licitação, a cobrança deve começar em janeiro de 2008.
Lembo deu o aval à privatização da operação do Rodoanel ao referendar uma decisão tomada pela manhã pelo grupo diretor do PED (Programa Estadual de Desestatização).
O grupo também sugeriu uma tarifa básica de R$ 5 em duas praças ao longo dos trechos oeste, já concluído, e do sul, ainda em fase inicial. Também está prevista a instalação de nove minipraças nas saídas do Rodoanel, com pedágio a R$ 2,50, para evitar que os motoristas usem a via sem pagar.
No entanto, caso a Secretaria dos Transportes, que vai delinear o modelo final da concessão, siga a mesma proporção da tarifa cobrada nas demais rodovias, a tarifa no trecho oeste ficaria em cerca de R$ 3,70 para os 32 km. Já o trecho sul, com 61 km, teria pedágio no valor aproximado de R$ 7,20.
A forma como será feita a concessão ainda depende de uma audiência pública que a pasta dos Transportes vai realizar em duas semanas.
Quando estiver concluído, o Rodoanel absorverá 30% dos veículos que usam São Paulo como passagem de uma estrada para outra. Hoje, trafegam pelo trecho oeste cerca de 200 mil veículos por dia. Para o trecho sul, a expectativa é que o volume diário seja de 100 mil.
Para evitar que os motoristas de caminhões desviem do Rodoanel para não pagar pedágio, Lembo determinou que seja estudada uma tarifa diferenciada para veículos de carga.
Em setembro, a Folha revelou que o secretário dos Transportes, Dario Rais Lopes, defendia a cobrança de pedágio para garantir o financiamento do trecho sul, estimado em R$ 3,5 bilhões, já com as desapropriações e projetos executivos.
Com o valor recebido da concessionária que assumir o trecho oeste, o Estado pretende financiar o trecho sul. Segundo Lembo, assim, será possível reduzir de quatro para dois anos o prazo de conclusão do trecho sul. ""É uma obra extremamente importante para o Estado. Se demorar, o "custo São Paulo" subirá muito."
O pedagiamento chegou a ser discutido na década passada, mas foi descartado pelas gestões Mário Covas e Geraldo Alckmin -que nomeou Lopes-, ambos do PSDB. Já o governador eleito, José Serra, do mesmo partido, já se manifestou favoravelmente ao projeto.
Alckmin, em 2002, então candidato ao governo, negava a possibilidade de pedágio, alegando que a obra seria paga pelo Estado e o governo federal.
Porém a União não vem repassando recursos -neste ano, nada foi liberado e, em 2007, o Orçamento da União prevê só R$ 50 milhões, enquanto o Estado deve gastar R$ 350 milhões.


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