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Lembo autoriza pedágios no Rodoanel
Cobrança deve ser iniciada em 2008; modelo de concessão segue indefinido
Sugestão é que sejam instituídas tarifas de R$ 5 em duas praças ao longo dos trechos oeste, já concluído, e do sul, ainda em fase inicial
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo,
Cláudio Lembo (PFL), autorizou ontem a privatização e a cobrança de pedágio no Rodoanel, principal obra de interligação rodoviária do Estado. Segundo o secretário do Planejamento, Fernando Braga, caso
não haja percalços durante a licitação, a cobrança deve começar em janeiro de 2008.
Lembo deu o aval à privatização da operação do Rodoanel
ao referendar uma decisão tomada pela manhã pelo grupo
diretor do PED (Programa Estadual de Desestatização).
O grupo também sugeriu
uma tarifa básica de R$ 5 em
duas praças ao longo dos trechos oeste, já concluído, e do
sul, ainda em fase inicial. Também está prevista a instalação
de nove minipraças nas saídas
do Rodoanel, com pedágio a R$
2,50, para evitar que os motoristas usem a via sem pagar.
No entanto, caso a Secretaria
dos Transportes, que vai delinear o modelo final da concessão, siga a mesma proporção da
tarifa cobrada nas demais rodovias, a tarifa no trecho oeste ficaria em cerca de R$ 3,70 para
os 32 km. Já o trecho sul, com
61 km, teria pedágio no valor
aproximado de R$ 7,20.
A forma como será feita a
concessão ainda depende de
uma audiência pública que a
pasta dos Transportes vai realizar em duas semanas.
Quando estiver concluído, o
Rodoanel absorverá 30% dos
veículos que usam São Paulo
como passagem de uma estrada
para outra. Hoje, trafegam pelo
trecho oeste cerca de 200 mil
veículos por dia. Para o trecho
sul, a expectativa é que o volume diário seja de 100 mil.
Para evitar que os motoristas
de caminhões desviem do Rodoanel para não pagar pedágio,
Lembo determinou que seja estudada uma tarifa diferenciada
para veículos de carga.
Em setembro, a Folha revelou que o secretário dos Transportes, Dario Rais Lopes, defendia a cobrança de pedágio
para garantir o financiamento
do trecho sul, estimado em R$
3,5 bilhões, já com as desapropriações e projetos executivos.
Com o valor recebido da concessionária que assumir o trecho oeste, o Estado pretende financiar o trecho sul. Segundo
Lembo, assim, será possível reduzir de quatro para dois anos
o prazo de conclusão do trecho
sul. ""É uma obra extremamente importante para o Estado. Se
demorar, o "custo São Paulo"
subirá muito."
O pedagiamento chegou a ser
discutido na década passada,
mas foi descartado pelas gestões Mário Covas e Geraldo
Alckmin -que nomeou Lopes-, ambos do PSDB. Já o governador eleito, José Serra, do
mesmo partido, já se manifestou favoravelmente ao projeto.
Alckmin, em 2002, então
candidato ao governo, negava a
possibilidade de pedágio, alegando que a obra seria paga pelo Estado e o governo federal.
Porém a União não vem repassando recursos -neste ano,
nada foi liberado e, em 2007, o
Orçamento da União prevê só
R$ 50 milhões, enquanto o Estado deve gastar R$ 350 milhões.
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