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Novo sistema irá criar o "rapa eletrônico"
Subprefeitos querem utilizar a instalação de câmeras para coibir o comércio de ambulantes em vias da capital paulista
Secretário da Assistência Social, Floriano Pesaro, diz que câmeras também vão agilizar o atendimento
aos moradores de rua
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos principais objetivos
dos subprefeitos com a expansão das câmeras de monitoramento nos bairros é controlar a
presença de camelôs irregulares, como um "rapa eletrônico".
"É muito mais eficiente do
que uma operação que mobiliza muitos homens. Já fizemos
dezenas de operações de controle do comércio informal,
mas volta tudo", afirma Eduardo Odloak, subprefeito da Mooca, uma das que já formalizaram seu interesse pelo projeto.
Ele planeja esse monitoramento no largo da Concórdia e
na rua Oriente, onde há também concentração de furtos.
"Hoje é como enxugar gelo.
Depois de 15 minutos os camelôs retornam. Com as câmeras,
fica mais fácil até identificar as
lideranças", diz Luiz Antonio
Pacheco, que planeja instalar
os equipamentos no perímetro
da Cruzeiro do Sul, Voluntários
da Pátria e Olavo Egídio, além
do parque da Juventude.
Um dos impasses em relação
à expansão do sistema nos bairros abrange os conflitos de interesse. A prefeitura planeja fazer esse monitoramento com a
ajuda privada. Os principais interessados em financiar, porém, são justamente os comerciantes que querem a retirada
dos camelôs. "Vai ter que ser do
jeito e onde a prefeitura determinar, e não como eles querem", diz Odloak, da Mooca.
A Subprefeitura de Cidade
Ademar também cita os aparelhos para inibir ações de assalto
ou comércio irregular, como na
praça Coronel Benedito de
Castro Oliveira. Na Lapa, a intenção é semelhante, segundo a
Guarda Civil Metropolitana,
assim como em Perus, onde a
subprefeita Ana Leonor Alonso
definiu as proximidades da estação de trem como prioritária
para ter esse monitoramento.
O subprefeito da Vila Mariana, Fábio Lepique, afirma que
as câmeras são uma reivindicação de comerciantes e moradores desde que ele assumiu a
função, no primeiro semestre.
Ele elencou entre os alvos do
monitoramento eletrônico as
avenidas Bernardino de Campos, Vergueiro, Domingos de
Moraes e Jabaquara, por conta
de furtos, roubos e controle do
comércio ambulante.
Em São Mateus, a subprefeitura pretende a instalar câmeras na avenida Mateo Bei, também com vistas ao "rapa eletrônico" e combate a furtos.
Na Penha, Waldir Alves da
Silva, assessor do subprefeito,
diz que, das seis câmeras previstas, só duas vão ser em áreas
centrais -uma delas nas imediações do Shopping Penha.
As outras quatro, planejadas
para a avenida Carvalho Pinto,
visam aumentar a sensação de
segurança na pista de caminhada que recebe 5.000 pessoas
aos finais de semana.
Câmera social
De acordo com o secretário
de Assitência Social, Floriano
Pesaro, a idéia de instalar os
equipamentos surgiu com viés
policial mas também servirá
para agilizar o atendimento a
moradores de rua.
"A história começou pelo
viés policial. Percebemos mais
uma utilidade social, que não
tinha sido pensada, para identificar pontos de concentração
dessa população, como eles se
deslocam, quem os alicia."
Essa pretensão já tem influenciado os futuros pontos de
escolha das câmeras -como no
Glicério e nas proximidades de
viadutos da 23 de Maio, onde
muitos acabam se instalando.
O diretor da Abese aponta
como temor no projeto da prefeitura, que busca parceiros
privados, os gastos futuros. A
CET, por exemplo, tem 150 câmeras para monitorar os congestionamentos, das quais só
30% funcionam hoje.
Os contratos de manutenção
ficaram emperrados nos últimos anos e elas acabaram sucateadas. "Não adianta querer
instalar para largar a mão em
seguida", avalia Oggiam.
A instalação do projeto de
monitoramento no centro custou R$ 2,7 milhões, bancado
pela iniciativa privada, que
também fará a manutenção por
um ano. A GCM prevê gastar de
R$ 30 mil a R$ 40 mil por mês
para conservá-las depois.
(AI)
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