São Paulo, quinta-feira, 15 de novembro de 2007

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Terremoto no Chile provoca tremores em São Paulo

Pelo menos dez regiões da capital foram afetadas; três prédios foram evacuados

Prédio do Poupatempo Luz foi esvaziado; moradores relataram mal-estar e dizem ter visto persianas e cadeiras balançando

Marlene Bergamo/Folha Imagem
Prédio do Poupatempo Luz foi evacuado pela Defesa Civil


ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL

MARIANA BARROS
DA REDAÇÃO

Um terremoto de 7,7 graus na escala Richter no Chile se refletiu ontem à tarde em São Paulo, com tremores em pelo menos dez regiões da capital paulista, incluindo prédios próximos à avenida Paulista. Pelo menos três prédios foram evacuados e dezenas de pessoas ligaram para a Defesa Civil, em busca de informações. Não há registro oficial de pessoas feridas ou de imóveis danificados.
O IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da USP informou que o tremor foi registrado às 13h45 -dois minutos após o terremoto atingir o Chile.
Além do mal-estar, as pessoas que estavam em prédios na hora dos tremores contam que persianas e cadeiras balançaram, e portas de armários se abriram. "Dá uma tontura", disse o empresário Nilton Maria, que estava no centro. O prédio ao lado do de onde ele trabalha, na rua Conselheiro Crispiniano, foi evacuado após serem acionados os alarmes.
Segundo a sismológa do IAG Celia Fernandes, a estimativa é que o tremor sentido em São Paulo poderá ser classificado entre 2 e 3 graus da escala Mercalli Modificada - que mede os estragos provocados pelas ondas propagadas pelo tremor e os classifica de 0 a 12. "Nessas proporções [de 2 a 3], não há perigo nenhum", diz ela.
Mesmo sem o risco de desabamentos, os telefones da Defesa Civil ficaram congestionados -foram registrados cerca de 60 chamados. "Ligamos na Defesa Civil, mas eles demoraram para responder, ficamos esperando lá fora uns 30 minutos", afirmou Wagner Freitas, 31, engenheiro de segurança.
Freitas foi uma das cerca de 250 pessoas que abandonaram o prédio Silver Tower, próximo à avenida Paulista, onde funciona o consulado da Nova Zelândia. "Estava no 10º andar, deu para sentir um tremor. No 12º, as persianas balançaram."
No Poupatempo Luz, na avenida Ipiranga, cerca de 240 pessoas tiveram de deixar o local. Uma equipe da Defesa Civil foi para o local avaliar as condições das estruturas, mas nenhum problema foi detectado.
Quanto maior for o prédio, maior é o grau de vibração nos andares mais elevados. Esse efeito, explicam os especialistas, torna mais fácil a percepção pelas pessoas que estavam nos andares mais altos. Já quem está na superfície tem mais dificuldades de perceber o tremor.
Foi o caso do maître Rodrigo Lima, que comanda a cozinha do restaurante japonês que fica em frente ao prédio evacuado próximo à Paulista. "Ninguém aqui sentiu nada. Vi o pessoal saindo para a rua, mas nem soube o que ocorreu."
"A gente viu o pessoal saindo, mas ninguém ligou aqui para avisar. Eles contaram que sentiram balançar, mas aqui não sentimos nada", afirmou a recepcionista Vivian Pereira, do hotel Quality Jardins.


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