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Terremoto no Chile provoca tremores em São Paulo
Pelo menos dez regiões da capital foram afetadas; três prédios foram evacuados
Prédio do Poupatempo Luz foi esvaziado; moradores relataram mal-estar e
dizem ter visto persianas e cadeiras balançando
Marlene Bergamo/Folha Imagem
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Prédio do Poupatempo Luz foi evacuado pela Defesa Civil |
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
MARIANA BARROS
DA REDAÇÃO
Um terremoto de 7,7 graus
na escala Richter no Chile se
refletiu ontem à tarde em São
Paulo, com tremores em pelo
menos dez regiões da capital
paulista, incluindo prédios próximos à avenida Paulista. Pelo
menos três prédios foram evacuados e dezenas de pessoas ligaram para a Defesa Civil, em
busca de informações. Não há
registro oficial de pessoas feridas ou de imóveis danificados.
O IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da USP informou
que o tremor foi registrado às
13h45 -dois minutos após o
terremoto atingir o Chile.
Além do mal-estar, as pessoas que estavam em prédios
na hora dos tremores contam
que persianas e cadeiras balançaram, e portas de armários se
abriram. "Dá uma tontura",
disse o empresário Nilton Maria, que estava no centro. O prédio ao lado do de onde ele trabalha, na rua Conselheiro Crispiniano, foi evacuado após serem acionados os alarmes.
Segundo a sismológa do IAG
Celia Fernandes, a estimativa é
que o tremor sentido em São
Paulo poderá ser classificado
entre 2 e 3 graus da escala Mercalli Modificada - que mede os
estragos provocados pelas ondas propagadas pelo tremor e
os classifica de 0 a 12. "Nessas
proporções [de 2 a 3], não há
perigo nenhum", diz ela.
Mesmo sem o risco de desabamentos, os telefones da Defesa Civil ficaram congestionados -foram registrados cerca
de 60 chamados. "Ligamos na
Defesa Civil, mas eles demoraram para responder, ficamos
esperando lá fora uns 30 minutos", afirmou Wagner Freitas,
31, engenheiro de segurança.
Freitas foi uma das cerca de
250 pessoas que abandonaram
o prédio Silver Tower, próximo
à avenida Paulista, onde funciona o consulado da Nova Zelândia. "Estava no 10º andar,
deu para sentir um tremor. No
12º, as persianas balançaram."
No Poupatempo Luz, na avenida Ipiranga, cerca de 240 pessoas tiveram de deixar o local.
Uma equipe da Defesa Civil foi
para o local avaliar as condições
das estruturas, mas nenhum
problema foi detectado.
Quanto maior for o prédio,
maior é o grau de vibração nos
andares mais elevados. Esse
efeito, explicam os especialistas, torna mais fácil a percepção
pelas pessoas que estavam nos
andares mais altos. Já quem está na superfície tem mais dificuldades de perceber o tremor.
Foi o caso do maître Rodrigo
Lima, que comanda a cozinha
do restaurante japonês que fica
em frente ao prédio evacuado
próximo à Paulista. "Ninguém
aqui sentiu nada. Vi o pessoal
saindo para a rua, mas nem
soube o que ocorreu."
"A gente viu o pessoal saindo,
mas ninguém ligou aqui para
avisar. Eles contaram que sentiram balançar, mas aqui não
sentimos nada", afirmou a recepcionista Vivian Pereira, do
hotel Quality Jardins.
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