São Paulo, quinta-feira, 15 de novembro de 2007

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SP mapeia os 15 trechos mais perigosos nas estradas

Km 32 da Castello Branco teve maior número de acidentes -1 a cada 2,4 dias

Segundo levantamento, a maioria das principais áreas de risco fica perto de rotatórias/trevos em acessos a regiões urbanas

ALENCAR IZIDORO
LUISA ALCANTARA E SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

DANIEL RONCAGLIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um levantamento do governo paulista revela os 15 principais trechos críticos de acidentes nas rodovias estaduais de São Paulo neste ano e que requerem uma atenção redobrada por parte dos motoristas.
O mapeamento, que leva em conta a quantidade de acidentes, feridos e mortos nos primeiros nove meses de 2007, mostra que os pontos mais perigosos estão em sete rodovias, principalmente na Raposo Tavares (5) e na Castello Branco (3). Cada um dos 15 trechos abrange uma extensão de 500 metros. Nove deles estão na malha sob concessão privada.
A maioria das principais áreas de risco listadas é próxima de rotatórias/trevos em acessos a regiões urbanas.
É a situação, por exemplo, do ponto onde houve a maior quantidade de acidentes: nas proximidades do km 32 da Castello Branco, na entrada de Jandira (Grande São Paulo). Lá houve um a cada 2,4 dias.
O caso também é semelhante no trevo de Campinas, na Anhangüera, onde, apesar da grande quantidade de acidentes, não há indicações de alerta ao motorista sobre a necessidade de redução de velocidade.
O levantamento é baseado em dados da Polícia Rodoviária Estadual compilados pela Secretaria dos Transportes a pedido da Folha -com base em cálculos que ponderam também a gravidade dos casos.

Anhangüera
As estatísticas oficiais apontam que a Anhangüera foi a rodovia que mais teve acidentes no período -mais de 20 por dia-, enquanto a Raposo Tavares liderou a quantidade de vítimas -praticamente sete por dia, entre feridos e mortos.
Os números não significam que essas sejam, necessariamente, as estradas mais perigosas, já que há fatores como extensão e volume de veículos que interferem nos resultados.
As duas rodovias, porém, têm características que corroboram com as dos principais trechos paulistas críticos de acidentes: passam por algumas áreas populosas e abrigam a mistura de tráfego local com rodoviário, além de travessia de pedestres.
O perfil dos acidentes nos pontos críticos da malha estadual também revela que os choques com obstáculos parados (como guard-rail, morros e viadutos) e as colisões traseira e lateral são predominantes.
O major Jurandir Gaidukas, chefe da divisão administrativa e de operação da Polícia Rodoviária Estadual, diz que os principais procedimentos dos motoristas para evitar essas ocorrências são muitas vezes óbvios, mas freqüentemente desrespeitados: dirigir com atenção, sem sono nem alcoolizado; reduzir a velocidade; e manter distância de ao menos quatro metros do carro da frente a cada 10 km/h de velocidade.

Capotamentos
O mapeamento indica também que, além do comportamento dos motoristas, fatores como traçado da pista e condição do asfalto podem ter influência na segurança viária.
Os capotamentos, por exemplo, são mais freqüentes na altura do km 21 da rodovia Raposo Tavares, representando 5% dos acidentes nesse ponto.
Por lá, na divisa de Cotia e Osasco (Grande São Paulo), em trecho a cargo do DER (Departamento de Estradas de Rodagem), há uma curva acentuada no sentido São Paulo. O asfalto tem sinais de desgaste, e colunas do canteiro central foram até arrancadas com as batidas.
A Raposo Tavares também é a que concentra as maiores proporções de engavetamentos: dependendo do ponto, chegam até a 18% dos acidentes. Eles estão ligados ao grande movimento de veículos, inclusive na ida e na volta de feriados. A Artesp (agência que regula as concessões de rodovias no Estado) diz que medidas têm sido tomadas para evitar acidentes nos trechos críticos apontados pelo levantamento -e detalhou as providências em cada um dos lugares.
Cita blitze constantes, reforço de sinalização e a presença de radares em diversos trechos.
Algumas concessionárias avaliam que parte dos pontos com alta incidência de acidentes não são necessariamente os mais perigosos de suas malhas -porque podem abranger colisões de menor gravidade.


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