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Presos traficantes acusados de monitorar polícia
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Uma quadrilha de traficantes
com base na zona oeste do Rio
montou um esquema de vigilância da polícia que incluía o
monitoramento por radiotransmissores de helicópteros
a partir do heliporto da lagoa
Rodrigo de Freitas (zona sul).
As investigações da Drae
(Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos) resultaram,
anteontem à noite, na prisão de
quatro supostos envolvidos
com a quadrilha. Também foram apreendidos 12 radiotransmissores, três celulares e
dois computadores portáteis.
Segundo o delegado Carlos
Oliveira, da Drae, Marcelo Tanure Barreto Pinto, 25, o Bob,
tinha a tarefa de permanecer
durante todo o dia próximo à
sede da Coordenadoria Geral
de Operações Aéreas, de onde
partem os helicópteros da Polícia Civil e da Polícia Militar.
Com um radiotransmissor,
ele avisava sobre a partida dos
aparelhos e indicava o possível
destino. Na avenida Brasil, de
onde os helicópteros seriam
avistados caso tomassem o rumo da zona oeste, outros dois
"arapongas", que circulavam
em carros, mantinham o restante da quadrilha alertado.
Ainda havia na av. Brasil, a pé,
um quarto "espião", escalado
para acompanhar a passagem
de carros da polícia pelas imediações do conjunto habitacional do Amarelinho, nos bairros
de Irajá e Acari (zona norte).
As informações dos "arapongas" eram recebidas, ainda segundo a Drae, pela quadrilha do
tráfico de drogas estabelecida
na favela da Coréia, em Senador Camará (zona oeste). Juarez Ribeiro da Silva, o Aranha, é
acusado de estar à frente do esquema. Apontado como chefe
dos traficantes da comunidade,
ele não foi preso.
A polícia prendeu ainda Rodrigo Nunes Vicente, 25, Thiago Cabrera Azevedo, 21, e Fábio
da Silva Nogueira, 25. Vicente
seria o incumbido de levar as
informações até Aranha. Azevedo e Nogueira são acusados
de vigiar a avenida Brasil.
"Quando um radiotransmissor era apreendido pela polícia,
a quadrilha recolhia todos os
demais e mudava a freqüência,
para que a polícia não monitorasse os contatos entre eles",
disse Oliveira.
Até a conclusão desta edição,
nenhum dos acusados havia
prestado depoimento nem
constituído advogado.
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