São Paulo, sábado, 15 de novembro de 2008

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Presos traficantes acusados de monitorar polícia

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Uma quadrilha de traficantes com base na zona oeste do Rio montou um esquema de vigilância da polícia que incluía o monitoramento por radiotransmissores de helicópteros a partir do heliporto da lagoa Rodrigo de Freitas (zona sul).
As investigações da Drae (Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos) resultaram, anteontem à noite, na prisão de quatro supostos envolvidos com a quadrilha. Também foram apreendidos 12 radiotransmissores, três celulares e dois computadores portáteis.
Segundo o delegado Carlos Oliveira, da Drae, Marcelo Tanure Barreto Pinto, 25, o Bob, tinha a tarefa de permanecer durante todo o dia próximo à sede da Coordenadoria Geral de Operações Aéreas, de onde partem os helicópteros da Polícia Civil e da Polícia Militar.
Com um radiotransmissor, ele avisava sobre a partida dos aparelhos e indicava o possível destino. Na avenida Brasil, de onde os helicópteros seriam avistados caso tomassem o rumo da zona oeste, outros dois "arapongas", que circulavam em carros, mantinham o restante da quadrilha alertado. Ainda havia na av. Brasil, a pé, um quarto "espião", escalado para acompanhar a passagem de carros da polícia pelas imediações do conjunto habitacional do Amarelinho, nos bairros de Irajá e Acari (zona norte).
As informações dos "arapongas" eram recebidas, ainda segundo a Drae, pela quadrilha do tráfico de drogas estabelecida na favela da Coréia, em Senador Camará (zona oeste). Juarez Ribeiro da Silva, o Aranha, é acusado de estar à frente do esquema. Apontado como chefe dos traficantes da comunidade, ele não foi preso.
A polícia prendeu ainda Rodrigo Nunes Vicente, 25, Thiago Cabrera Azevedo, 21, e Fábio da Silva Nogueira, 25. Vicente seria o incumbido de levar as informações até Aranha. Azevedo e Nogueira são acusados de vigiar a avenida Brasil.
"Quando um radiotransmissor era apreendido pela polícia, a quadrilha recolhia todos os demais e mudava a freqüência, para que a polícia não monitorasse os contatos entre eles", disse Oliveira.
Até a conclusão desta edição, nenhum dos acusados havia prestado depoimento nem constituído advogado.


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