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Filha espera indenização pela morte do pai há 9 anos
Aposentada aguarda desde 1997 o pagamento de R$ 11 mil definidos pela Justiça
Já empregada doméstica, que ficou cega de um olho durante cirurgia no nariz em 86, aguarda determinação do valor que deve receber
Matuiti Mayezo/Folha Imagem
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Neusa Caracco, que aguarda a indenização pela morte do pai, em 96, após cair da cama do hospital |
DA REPORTAGEM LOCAL
Não são felizes os finais das
batalhas na Justiça da empregada doméstica H. e da aposentada Neusa. Nenhuma das duas
conseguiu indenização ainda,
apesar de a Justiça ter entendido que os dois serviços médicos
que elas acusaram erraram.
Uma perdeu a visão do olho esquerdo após operar o nariz. A
outra perdeu o pai, que estava
internado em um hospital e
morreu depois de cair de uma
cama quebrada da unidade.
O caso de H. é conhecido por
ser um dos poucos a chegarem
ao Supremo Tribunal Federal.
Foi operada de desvio de septo
no Hospital das Clínicas da
USP, em 1986, quando tinha 24
anos. Até hoje, não se sabe o
porquê, perdeu um olho.
O advogado da empregada
argumentou que a Constituição determina que o prestador
de serviço público deve responder por eventuais danos independentemente da culpa do
agente ou servidor público. Já
os advogados do Estado discordaram, apontaram que toda cirurgia tem o seu risco e que só
se ficasse clara a culpa dos profissionais responderia.
Como era uma questão constitucional, o caso foi ao STF,
que decidiu em favor da empregada. H. aguarda agora, segundo seu advogado, Renato Hisdorf Dias, a Justiça paulista definir o valor das indenizações
por danos morais e materiais.
"Deve durar mais dez anos."
Já um acidente no Instituto
de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual causou a
morte do pai de Neusa Maria
Caracco, 63. Era outubro de 96,
Aldomiro Nardi tinha 76 anos e
recuperava-se dos efeitos de
uma quimioterapia quando
caiu de uma cama quebrada e
bateu a cabeça. Ele chegou a ter
alta, mas, confuso, foi levado de
volta ao hospital cerca de dez
dias depois e tinha um coágulo
no cérebro. Não resistiu.
"Estou até hoje na luta. Nada
vai pagar a vida do meu pai, mas
até hoje não consegui fazer o
túmulo dele", diz Neusa. Ela ganhou o processo contra o Estado definitivamente em 1997,
diz seu advogado, Gilseno Chaves Filho. A indenização definida pelo Judiciário era de cerca
de R$ 11 mil. O precatório foi
expedido e Neusa aguarda na
fila.
(FABIANE LEITE)
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