São Paulo, sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

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PF prende 8 acusados de agenciar prostitutas para o exterior

PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL

FELIPE BÄCHTOLD
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Polícia Federal prendeu ontem oito pessoas acusadas de aliciar mulheres para prostituição no Brasil e no exterior. Entre os detidos está a artista plástica Jiselda Aparecida de Oliveira, a Gigi, que, segundo a polícia, se apresentava como a "maior cafetina do Brasil".
A operação, chamada de Afrodite, prendeu três mulheres e cinco homens na capital paulista, em Santo André e em Juquitiba (Grande SP).
De acordo com a PF, o grupo possuía catálogos com fotos de pelo menos mil mulheres, quase todas de São Paulo. Os clientes, a maioria da Europa ou dos Estados Unidos, solicitavam acompanhantes com determinadas características físicas.
A quadrilha pesquisava na lista garotas com o perfil desejado e encaminhava fotos por e-mail aos interessados. A seguir, eram organizados encontros de alguns dias no Brasil ou no exterior. Segundo a PF, entre as aliciadas há diversas modelos com ensaios publicados em revistas nacionais.
A maioria das mulheres que participava do esquema sabia que a viagem tinha o propósito de prostituição, de acordo com o delegado responsável pelo caso, Flávio Luiz Trivella. Cada garota agenciada embolsava de 30% a 50% do valor pago pelos clientes. As mulheres aliciadas e os fregueses, segundo a PF, não serão processados ou investigados.
Segundo a polícia, a quadrilha contava também com colaboradores brasileiros em outros países, como Portugal.

Agência de fachada
Para a PF, Jiselda de Oliveira possuía uma agência de modelos de fachada, a Gigi Models, que recrutava acompanhantes para o esquema.
Na internet, há sites estrangeiros de sexo que citam a empresa como uma opção para obter acompanhantes no Brasil, como um fórum americano com discussões sobre turismo sexual. Em um site nacional de classificados, há anúncios da agência para recrutamento de acompanhantes.
Os acusados prestaram depoimento ontem e estão em regime de prisão temporária de cinco dias na superintendência da Polícia Federal em São Paulo. Eles vão responder processo por tráfico de pessoas, aliciamento para prostituição e formação de quadrilha. Cada um desses crimes tem pena prevista de até oito anos de prisão.


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