São Paulo, terça-feira, 15 de dezembro de 2009

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Kassab quer antecipar retirada de famílias

Em meio ao caos no extremo leste da cidade, prefeito diz que remoção de moradores será adiantada de 2012 para 2010

Anúncio feito durante visita à região do Pantanal não citou a data exata do início da transferência nem onde ficarão as novas moradias

Robson Ventura/Folha Imagem
Morador tenta atravessar rua no Jardim Pantanal, na zona leste de São Paulo, com jangada feita de madeira e galões de plástico

ALINE MAZZO
DO "AGORA"

O prefeito Gilberto Kassab (DEM) anunciou ontem que vai antecipar em dois anos a retirada das famílias que ocupam a área da várzea do rio Tietê no extremo leste de São Paulo, embora não saiba onde elas serão realocadas nem quando exatamente começa a retirada.
A iniciativa, prevista para 2012, será antecipada para 2010 em razão da situação de caos na região conhecida como Pantanal, onde os moradores vivem há uma semana em casas e ruas alagadas devido ao temporal da terça-feira passada.
Entre 3.500 e 7.500 famílias deverão deixar a região, formada por nove bairros. No local será implantado o Parque Linear Várzea do Tietê, uma iniciativa do governo de SP e da prefeitura com o apoio do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Segundo Kassab, as primeiras famílias deverão sair já no início do ano.
"A situação das chuvas mostrou que temos de antecipar a retirada dessas pessoas. Vamos iniciar a ação já no dia de hoje [ontem], com o cadastramento das famílias que deverão ser transferidas para outros locais", disse o prefeito durante visita à região.
Segundo a Defesa Civil municipal, 9.907 pessoas foram afetadas pela chuva -nem todas, no entanto, estão em áreas passíveis de remoção. A previsão do governo estadual é que as famílias ainda deverão conviver com os alagamentos por ao menos mais quatro dias, prazo que poderá ser maior caso volte a chover forte nesta semana.
Para a Subprefeitura de São Miguel Paulista, responsável pela área, o escoamento da água está normal. O engenheiro Mário Thadeu Leme de Barros, especialista em hidrologia, concorda e apoia a tese de que área de várzea não deveria ser habitada.

Moradias
Negando que a prefeitura tenha demorado para dar uma resposta à população alagada, Kassab afirmou que serão investidos R$ 300 milhões só na construção de moradias. "Já há duas áreas identificadas para que possamos construir essas unidades habitacionais", disse, sem mencionar os locais.
Em um primeiro momento, as famílias serão retiradas de suas casas sem ter uma nova moradia, mas com uma bolsa-aluguel paga pela prefeitura, cujo valor ainda não foi definido. Depois, serão encaminhadas para os novos imóveis. O projeto do parque prevê a recuperação da várzea do rio Tietê, desde a barragem da Penha (zona leste) até Salesópolis (cidade a 101 km da capital).
Com 75 km de extensão, está orçado em R$ 1,7 bilhão.
Ontem, também em visita à região, a secretária de Saneamento e Energia, Dilma Pena, disse que o governador José Serra (PSDB) já pediu a antecipação do dinheiro ao BID.


Colaboraram TATIANA SANTIAGO , da Folha Online, e a Reportagem Local


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