São Paulo, terça-feira, 15 de dezembro de 2009

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entrevista

Área não deveria ser habitada, diz engenheiro

DA REPORTAGEM LOCAL

Para o engenheiro especialista em hidrologia Mário Thadeu Leme de Barros, a permanência das águas no Pantanal, na zona leste, é explicada pelas características do rio e da região. O professor da USP apoia a tese de que uma área de várzea não deveria ser habitada.
A área deverá permanecer inundada até sexta-feira, segundo anunciou ontem a secretária estadual de Saneamento e Energia, Dilma Pena.

 

FOLHA - Por que a região permanece inundada já faz uma semana?
MÁRIO THADEU LEME DE BARROS -
O rio Tietê é muito sinuoso naquele trecho, e por isso a água se move de maneira lenta.
Ajuda também o fato de a declividade ser baixa, ou seja, a água não ganha velocidade. Sem contar que a região habitada está mais ou menos alinhada com o rio.

FOLHA - Mas essa demora é normal?
BARROS -
É um processo natural de retenção na bacia. Leva um tempo até passar essa onda de cheia. Essa zona marginal é o leito maior do rio, ou seja, a área que ele ocupa em período mais chuvoso.

FOLHA - A ida dos moradores para aquela região contribui para impermeabilizar a área?
BARROS -
O problema não é a impermeabilização. É que o solo já está saturado, já absorveu muita água e fica difícil absorver mais. Isso leva tempo. Diminui alguns centímetros por dia. Se vier outra chuva forte, pode piorar.

FOLHA - O sr. apoia a ideia de retirar os moradores dali?
BARROS -
Acho que o rio precisa de áreas para se expandir. Isso ajuda a reduzir os problemas em São Paulo e ajuda a evitar um caos maior nas marginais.


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