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SAÚDE
Casas da periferia de Araçatuba serão pulverizadas para tentar controlar doença
Leishmaniose mata 3 em 20 dias
CHICO SIQUEIRA
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM ARAÇATUBA
A Sucen (Superintendência de
Controle de Endemias) iniciou
ontem a pulverização de inseticida em casas de seis bairros da periferia de Araçatuba (SP) para reduzir a taxa de contaminação da
leishmaniose visceral, doença que
matou três pessoas nos últimos 20
dias, em três cidades da região.
Seis pessoas -um idoso e cinco
crianças, entre elas dois bebês-
estão internadas na Santa Casa de
Araçatuba com sintomas da
doença, que pode causar processos hemorrágicos e complicações
pulmonares e intestinais.
A situação preocupa as autoridades sanitárias, que anunciam
diversas medidas de emergência
para controlar o avanço da doença, que bateu recorde de casos no
ano passado.
Expansão
Em 2001, a leishmaniose estava
restrita a oito municípios, com a
notificação de 57 casos e três mortes. Em 2002, 95 pessoas foram
contaminadas (oito mortes) em
13 municípios da região. A doença, que estava extinta no Estado,
ressurgiu em 1999. Desde então
infectou 183 pessoas, causando a
morte de 19 delas em cinco cidades da região de Araçatuba.
Ontem, a Sucen deslocou 11 técnicos para aplicar inseticida nas
paredes internas e externas das
casas dos bairros onde foram notificados casos de doentes. O trabalho, que durará 89 dias, contará
com o reforço de outros 58 servidores contratados pela prefeitura.
O prefeito de Araçatuba, Jorge
Maluly Netto (PFL), disse que a
Vigilância Sanitária vai castrar e
aplicar anticoncepcionais nos
cães e que vai multar os donos de
quintais e terrenos que não fizerem a limpeza de suas áreas.
Os cães são os hospedeiros da
leishmânia, o protozoário transmissor da doença, cujo vetor é o
mosquito palha, ou birigui, de nome científico Lutzomya longipalpis. O birigui aparece no lixo orgânico, principalmente em folhas
e frutas decompostas.
A cidade recolhe nas ruas e sacrifica cerca de 70 cães por dia.
No ano passado, mais de 3.000
cães foram contaminados pela
doença e tiveram de ser sacrificados. A cura da leishmaniose só é
possível em humanos.
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