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São Paulo, quinta-feira, 16 de janeiro de 2003

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SAÚDE

Casas da periferia de Araçatuba serão pulverizadas para tentar controlar doença

Leishmaniose mata 3 em 20 dias

CHICO SIQUEIRA
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM ARAÇATUBA

A Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) iniciou ontem a pulverização de inseticida em casas de seis bairros da periferia de Araçatuba (SP) para reduzir a taxa de contaminação da leishmaniose visceral, doença que matou três pessoas nos últimos 20 dias, em três cidades da região.
Seis pessoas -um idoso e cinco crianças, entre elas dois bebês- estão internadas na Santa Casa de Araçatuba com sintomas da doença, que pode causar processos hemorrágicos e complicações pulmonares e intestinais.
A situação preocupa as autoridades sanitárias, que anunciam diversas medidas de emergência para controlar o avanço da doença, que bateu recorde de casos no ano passado.

Expansão
Em 2001, a leishmaniose estava restrita a oito municípios, com a notificação de 57 casos e três mortes. Em 2002, 95 pessoas foram contaminadas (oito mortes) em 13 municípios da região. A doença, que estava extinta no Estado, ressurgiu em 1999. Desde então infectou 183 pessoas, causando a morte de 19 delas em cinco cidades da região de Araçatuba.
Ontem, a Sucen deslocou 11 técnicos para aplicar inseticida nas paredes internas e externas das casas dos bairros onde foram notificados casos de doentes. O trabalho, que durará 89 dias, contará com o reforço de outros 58 servidores contratados pela prefeitura.
O prefeito de Araçatuba, Jorge Maluly Netto (PFL), disse que a Vigilância Sanitária vai castrar e aplicar anticoncepcionais nos cães e que vai multar os donos de quintais e terrenos que não fizerem a limpeza de suas áreas.
Os cães são os hospedeiros da leishmânia, o protozoário transmissor da doença, cujo vetor é o mosquito palha, ou birigui, de nome científico Lutzomya longipalpis. O birigui aparece no lixo orgânico, principalmente em folhas e frutas decompostas.
A cidade recolhe nas ruas e sacrifica cerca de 70 cães por dia. No ano passado, mais de 3.000 cães foram contaminados pela doença e tiveram de ser sacrificados. A cura da leishmaniose só é possível em humanos.


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