São Paulo, domingo, 16 de janeiro de 2011

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Novo temporal atinge Friburgo e rodovia afunda à frente de Cabral

"Vivi o pânico", diz governador do Rio sobre o escorregamento de terra sob o asfalto na serra

Tempestade provoca interdições em rodovias de acesso ao município; já são mais de 600 mortos contabilizados

FELIPE CARUSO
DIANA BRITO
ENVIADOS ESPECIAIS A NOVA FRIBURGO

Uma tempestade ontem à tarde dificultou os trabalhos de resgate em Nova Friburgo, voltou a alagar o centro e causou mais danos às estradas de acesso à cidade, a mais atingida pelas chuvas na região serrana do Rio.
O governador Sérgio Cabral (PMDB) foi surpreendido por um deslizamento provocado pelo temporal bem à sua frente na RJ-116, quando ia de Cachoeiras de Macacu para Friburgo. A pista afundou porque houve um escorregamento sob a rodovia.
"Estou vivo e não perdi nenhum parente. Mas vivi o pânico. De repente, a queda d'água vem e a estrada, que estava semibloqueada, começa a ruir", afirmou Cabral, que viu a pista afundando.
Sem teto em Friburgo, o helicóptero do governador havia pousado antes, em Cachoeiras de Macacu.
Ele não prometeu mais verbas para as cidades serranas, onde mais de 600 pessoas morreram, mas disse que os R$ 100 milhões anunciados na sexta são só para os trabalhos de emergência.
Depois da chuva, três das cinco principais estradas de acesso a Friburgo foram fechadas, incluindo a RJ-116. À noite, só uma permanecia interrompida, mas as demais tinham trechos com apenas meia pista liberada, por causa de quedas de barreiras.

LAMA
No centro, uma torrente de lama desceu do morro atrás da praça do Suspiro. Três caminhões e dois carros ficaram atolados, incluindo um caminhão que levava combustível aos postos locais.
Um bombeiro amarrou uma corda para ajudar pedestres a atravessar a rua.
A chuva dificultou o voo de helicópteros para resgatar pessoas em lugares isolados e impediu que uma aeronave levasse duas bombas novas para uma estação de água.
Mesmo assim, 65% do abastecimento de água e 70% da luz haviam sido restabelecidos, assim como parte dos sinais de celular.
Ontem, devido à grande quantidade de corpos, foi iniciada a abertura de mais de 200 covas no cemitério da zona rural da cidade.

TERESÓPOLIS
Em Teresópolis, onde 263 morreram, ainda faltava água ontem, o que deixou parte do comércio fechado.
Segundo a prefeitura, 80% das plantações foram destruídas pela chuva. A cidade é responsável pela produção de 70% das hortaliças do RJ.
Cabral decretou luto oficial por sete dias pelas vítimas. O governo federal determinou luto de três dias.


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