São Paulo, domingo, 16 de janeiro de 2011

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FOCO

Alugar helicóptero é saída para escapar de ruas alagadas

DE SÃO PAULO

As chuvas intensas que têm atingido a Grande São Paulo no verão criaram uma rotina inusitada na empresa de táxi aéreo Helimarte.
Em dias de tempestade, os funcionários que não conseguem chegar ao trabalho por causa da chuva são recolhidos em casa, de helicóptero.
"Os pedidos por voo aumentam durante as enchentes. As pessoas não conseguem sair no trânsito e pedem um helicóptero para se deslocar, para buscar peças ou documentos. Preciso que todos trabalhem", afirma o dono, Jorge Bitar Neto, 41.
Ele mesmo, em uma das chuvas, teve que recorrer ao resgate aéreo. Após sair de casa, na Lapa (zona oeste), deparou-se com um alagamento. Foi ao heliponto mais próximo e um funcionário foi buscá-lo. "Como a gente conhece as pessoas dos helipontos, não fica tão difícil."
Quem não tem o privilégio de trabalhar com táxi aéreo -ou não pode pagar pelo menos R$ 1.600 pelo voo- recorre a alternativas para não perder o dia de trabalho.
Na empresa onde trabalha a produtora Juliana Canhadas, 29, na Vila Leopoldina (zona oeste), os funcionários ficam em casa. Mas não há folga. "Ligamos para o segurança. Se ele diz que não dá para trabalhar porque está alagado, não vamos. Nos comunicamos por rádio, telefone, internet e trabalhamos normalmente", afirma.
Já o taxista José Carlos Nascimento, 52, diz que interrompe o trabalho quando começam os primeiros pingos. Compensa no dia seguinte: ou entra mais cedo, ou trabalha até mais tarde.
A advogada Patrícia Santos, 31, adaptou a rotina. "Prefiro encurtar o horário do almoço e ir ao fórum mais cedo. Já enfrentei enxurrada com salto agulha. Agora, se tem chuva no caminho, desmarco o compromisso."
(TALITA BEDINELLI e CLÁUDIA COLLUCCI)


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