São Paulo, domingo, 16 de janeiro de 2011

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Museu do Ipiranga faz exposição com 206 rótulos de guloseimas

Acervo estará disponível ao público da próxima quinta-feira até 20 de março

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

O papel da bala Chita, cuja sina era terminar na lata do lixo, o arquiteto e professor de história da arte Egydio Colombo Filho, 56, guardou.
Ao longo de quase três décadas, ele fez o mesmo com a embalagem do chiclete de bola Ping Pong (de tutti frutti), com a caixinha de chocolates ao leite da Pan, com a bala Pop's sabor laranja e assim por diante. Um dia, ele se deu conta que tinha 5.266 rótulos arquivados em casa, mas não só de guloseimas.
A coleção, inaugurada nos anos 70 com uma embalagem de fogos de artifício da marca Caramuru, tem rótulos de caixas de fósforo, bebidas e até panfletos de autoajuda e de partidos políticos.
Em 2003, Egydio decidiu oferecer tudo o que juntara como objeto de estudo ao Museu do Ipiranga. A equipe do museu considerou o material rico em informações culturais e aceitou a doação.
Agora, 206 papéis de balas, chicletes, pirulitos e bombons foram selecionados e serão expostos no museu a partir de quinta-feira. Segundo a instituição, o público poderá perceber gostos das gerações passadas e as transformações dos rótulos.
Para Egydio, as embalagens antigas eram mais "ingênuas, simples e diretas". "Hoje, são agressivas, desafiam o consumidor, cobram inteligência e esperteza", diz.
As preferidas dele, dentre as embalagens que estão na coleção, são as de fogos de artifício -brasileiras e japonesas. "São graficamente muito interessantes", conta.
Para juntar tanto material, além de ter comprado alguns dos itens, ele contou com a ajuda de amigos e familiares, que até na rua começaram a catar papel para depois enviá-lo -alguns, inclusive, ele recebia com resto de comida.
Pelo fato de a maioria das embalagens serem antigas (quase todas são da segunda metade do século passado) e muitas estarem com a fabricação encerrada, a coleção tem certo ar saudosista.


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