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Denúncia de abuso no quartel afasta PM
da Reportagem Local
Um dos casos considerados
prioritários pela Ouvidoria da Polícia, divulgado ontem por Mariano, é o afastamento de um policial
militar após sua mulher ter organizado um abaixo-assinado denunciando abuso de autoridade
dentro do quartel.
O caso aconteceu na 1ª Companhia do 1º Batalhão da Polícia Militar Rodoviária, em Taubaté (134
km a nordeste de São Paulo). Os
nomes dos envolvidos não foram
divulgados pela ouvidoria.
Segundo Mariano, a mulher de
um soldado da PM organizou um
abaixo-assinado com a adesão de
mais de 100 pais, mulheres e filhos
de policiais. Eles denunciavam
abuso de autoridade cometido por
dois oficiais contra os soldados da
companhia.
Entre os abusos, estavam a carga
excessiva de trabalho e a mudança
de horários de plantão sem prévia
comunicação aos soldados.
Em 4 de junho do ano passado, o
abaixo-assinado foi enviado à ouvidoria. "Considerei o caso grave
e encaminhei à Corregedoria da
Polícia Militar para a devida apuração do abuso de autoridade",
declarou Mariano.
Segundo Mariano, na ouvidoria
houve apenas uma apuração preliminar, que inocentou os dois oficiais de todas as acusações.
De posse do abaixo-assinado, o
comando do batalhão identificou
quem o tinha organizado. "Como
represália, o marido da mulher
que fez o abaixo-assinado foi afastado", declarou Mariano.
O comando do batalhão, então,
abriu um inquérito policial militar
sumário, que pode resultar em demissão por justa causa, para apurar o envolvimento do soldado
com o manifesto.
De acordo com o ouvidor, o soldado não sabia do abaixo-assinado, que foi feito por sua mulher
enquanto ele trabalhava.
Com medo da demissão do marido e de uma eventual punição, a
mulher voltou à ouvidoria e redigiu um termo desistindo da denúncia. "O que aconteceu é um
absurdo. O policial foi eleito bode
expiatório e afastado porque sua
mulher denunciou uma irregularidade", opinou o ouvidor.
Mariano enviou um ofício à corregedoria afirmando não concordar com o inquérito e pedindo reabertura das investigações contra
os dois oficiais.
Outro lado
A Corregedoria da Polícia Militar afirmou que nada foi provado
contra os dois oficiais nas investigações preliminares, por isso não
foi aberto inquérito contra eles.
A abertura do inquérito contra o
soldado foi decidida pelo comando do batalhão, que não quis comentar o assunto. O comandante
da Polícia Rodoviária, coronel
Gérson Rezende, afirmou desconhecer o caso porque tomou posse
apenas no final de dezembro.
(OC)
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