da Reportagem Local

Seis inquéritos na área cível e um na criminal, instaurados a pedido do Ministério Público, estão em andamento no Estado de São Paulo para investigar a existência de "propaganda enganosa" no caso dos remédios genéricos.
Ontem, o professor Antonio Carlos Zanini, coordenador do Sistema de Informação de Medicamentos do Hospital das Clínicas, foi ouvido durante 40 minutos no 15º Distrito Policial. Zanini é autor do "Dicionário de Medicamentos Genéricos", lançado no ano passado e que já vendeu 35 mil exemplares.
As ações foram determinadas pela Coordenadoria das Promotorias de Justiça do Consumidor do Ministério Público de São Paulo, a partir de representação encaminhada pela Abifarma (Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica).
Segundo a coordenadora Dora Bussab Castelo, a Abifarma alegava que os consumidores estavam sendo enganados por editoras e laboratórios que divulgavam remédios genéricos quando eles não existiam.
Além da investigação criminal -já que propaganda enganosa é crime-, seis outros procedimentos foram instaurados por promotorias de defesa do consumidor, quatro na capital, um em Bauru e outro em Sorocaba. No inquérito policial serão ouvidos os laboratórios nacionais que utilizaram a denominação de remédio genérico em propagandas quando se tratavam de medicamentos similares. Também será ouvido o presidente do Conselho Regional de Farmácia do Distrito Federal, Antonio Barbosa da Silva, autor de outro dicionário.
"Os genéricos já existem desde os anos 50 e há pelo menos duas décadas a denominação é empregada pela Organização Mundial da Saúde. O fato de só agora uma lei estabelecer o que é genérico é conversa boa para otário", afirma Zanini. Ele disse que lançará a quinta edição de seu dicionário em março próximo.
(AURELIANO BIANCARELLI)


Texto Anterior: Doença: SP tem novo caso de febre amarela
Próximo Texto: Gripe: Vacinação de idosos acontecerá em abril
Índice