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Alunos reivindicam mudança de turno
da Reportagem Local
Os alunos da Escola Estadual
Samuel Wainer, no Grajaú (zona
sul de São Paulo), se reuniram ontem à noite para exigir que a direção da escola consiga transferir
estudantes que trabalham para o
curso da noite. Muitos deles correm o risco de perder o emprego
caso não sejam remanejados.
A confusão acabou prejudicando até mesmo os alunos que conseguiram se matricular no turno
da noite. Anteontem, alguns deles
não conseguiram entrar na escola
porque seus colegas do turno da
manhã, revoltados, impediram.
Segundo alguns alunos, esses
estudantes tentaram agredir a diretora e até a polícia foi chamada
para controlar a situação.
Os estudantes não souberam informar o número exato de prejudicados.
A aluna do segundo ano do ensino médio Olívia Marcelino Viveiros, 18, foi uma das prejudicadas com a confusão. "É preciso resolver esse problema logo. Consegui me matricular no curso da
noite, mas não quero ficar sem
aula por causa desse problema",
afirma Olívia.
Olívia trabalha em uma casa de
família e ganha R$ 200 para cuidar de um senhor de idade e de
uma criança. "Felizmente, não
vou precisar largar o emprego para frequentar a escola, mas quero
que meus colegas não sejam obrigados a largar o emprego para estudar", diz a estudante.
A supervisora de ensino da escola, Maria de Fátima Sartori Carli, afirma que o problema dos alunos já está sendo resolvido. "Na
medida do possível, estamos remanejando alguns estudantes de
turno para não prejudicar ninguém", afirma a supervisora.
Ela explica que o critério para
decidir em qual turno estaria cada
aluno foi dar prioridade aos estudantes mais velhos. "Tentamos
dividir os alunos por faixa etária.
No entanto, temos muitos estudantes trabalhadores e não foi
possível agradar a todos", diz.
A supervisora diz que, na noite
de segunda-feira, houve uma procura maior dos alunos que queriam uma solução imediata para o
problema. Ela nega, no entanto,
que tenha ocorrido qualquer tumulto ou que tenha havido alguma tentativa de agressão aos diretores da escola.
Fátima afirma que a intenção da
escola é conseguir resolver todos
os problemas nos próximos 15
dias. "Os alunos que precisam serão encaminhados para o turno
da noite desde que apresentem
uma comprovação de que estejam trabalhando. Estamos resolvendo tudo da melhor maneira
possível", diz a supervisora.
A Secretaria Estadual da Educação informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o critério para matricular os alunos nos
turnos da noite pode variar de
uma escola para outra.
A escola Samuel Wainer tem
2.800 alunos matriculados do 5º
ano do ensino fundamental ao último ano do ensino médio.
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