São Paulo, quarta-feira, 16 de fevereiro de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Alunos reivindicam mudança de turno

da Reportagem Local

Os alunos da Escola Estadual Samuel Wainer, no Grajaú (zona sul de São Paulo), se reuniram ontem à noite para exigir que a direção da escola consiga transferir estudantes que trabalham para o curso da noite. Muitos deles correm o risco de perder o emprego caso não sejam remanejados.
A confusão acabou prejudicando até mesmo os alunos que conseguiram se matricular no turno da noite. Anteontem, alguns deles não conseguiram entrar na escola porque seus colegas do turno da manhã, revoltados, impediram.
Segundo alguns alunos, esses estudantes tentaram agredir a diretora e até a polícia foi chamada para controlar a situação.
Os estudantes não souberam informar o número exato de prejudicados.
A aluna do segundo ano do ensino médio Olívia Marcelino Viveiros, 18, foi uma das prejudicadas com a confusão. "É preciso resolver esse problema logo. Consegui me matricular no curso da noite, mas não quero ficar sem aula por causa desse problema", afirma Olívia.
Olívia trabalha em uma casa de família e ganha R$ 200 para cuidar de um senhor de idade e de uma criança. "Felizmente, não vou precisar largar o emprego para frequentar a escola, mas quero que meus colegas não sejam obrigados a largar o emprego para estudar", diz a estudante.
A supervisora de ensino da escola, Maria de Fátima Sartori Carli, afirma que o problema dos alunos já está sendo resolvido. "Na medida do possível, estamos remanejando alguns estudantes de turno para não prejudicar ninguém", afirma a supervisora.
Ela explica que o critério para decidir em qual turno estaria cada aluno foi dar prioridade aos estudantes mais velhos. "Tentamos dividir os alunos por faixa etária. No entanto, temos muitos estudantes trabalhadores e não foi possível agradar a todos", diz.
A supervisora diz que, na noite de segunda-feira, houve uma procura maior dos alunos que queriam uma solução imediata para o problema. Ela nega, no entanto, que tenha ocorrido qualquer tumulto ou que tenha havido alguma tentativa de agressão aos diretores da escola.
Fátima afirma que a intenção da escola é conseguir resolver todos os problemas nos próximos 15 dias. "Os alunos que precisam serão encaminhados para o turno da noite desde que apresentem uma comprovação de que estejam trabalhando. Estamos resolvendo tudo da melhor maneira possível", diz a supervisora.
A Secretaria Estadual da Educação informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o critério para matricular os alunos nos turnos da noite pode variar de uma escola para outra.
A escola Samuel Wainer tem 2.800 alunos matriculados do 5º ano do ensino fundamental ao último ano do ensino médio.


Texto Anterior: Remédios: Laboratórios discutem corte de preços
Próximo Texto: Segurança: FHC discute combate a crime organizado
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.