Essa Telefônica é uma
louca de Chaillot, que só rindo. Há pouco mais de um ano,
efetuou a mudança de todos os
prefixos da região onde moro.
A turma do bairro ficou chateada, claro, mas, que eu lembre,
ninguém reclamou. As pessoas estão sempre dispostas a engolir as
adaptações do progresso.
Ocorre que, na semana passada, a Telefônica fez circular pelo
bairro um comunicado impresso
em vistoso papel verde y limón,
com o "objetivo de atender rapidamente às necessidades da população de São Paulo" y blablablá y blablablá, para informar
que os prefixos serão mudados
mais uma vez.
Quer saber? Para mim não faz a
menor diferença. Ao contrário,
até me ajuda a driblar aquele
bando de chatos que eu já queria
ter perdido de vista em alguma
curva ao longo da estrada.
Especialmente nesta época do
ano, com o GP Brasil de F-1 pintando aí, em que fatalmente sou
surpreendida pelo telefonema do
folgado que diz ter estudado comigo na época do avião a lenha
("lembra de mim?") e tenta cavar
uma credencial para entrar nos
boxes de Interlagos.
Mas, se para mim a mudança
de prefixo não causa maiores prejuízos, o mesmo não pode ser dito
para quem tem algum comércio
na região.
Só para dar um exemplo, o proprietário do pet shop que atende o
Paulo Zulu do reino animal, ou
seja, meu cão e personal trainer
Pacheco Pafúncio, está latindo
sozinho no quintal de tanta raiva.
Alô, dona Telefônica! Me diga
uma coisa: o que o dono do Cãobeleireiro deve fazer com os imãs
de geladeira, as camisetas promocionais, os talões de nota fiscal, o
letreiro da fachada e os cartões de
visita que foi obrigado a reformular por conta da primeira mudança do prefixo do telefone da
loja dele?
Se eu fosse canadense, também
teria tentado passar a perna no
Brasil. Coloque-se na pele de uma
autoridade do Canadá. Que impressão você teria ao ver o ministro das Relações Exteriores do
Brasil, o professor Celso Lafer,
passando em revista as tropas do
exército argentino, de paletó
aberto e gravata esvoaçando ao
vento? Custava abotoar?
Um pouco de decoro é bom e
conserva os dentes. Tudo bem que
o ministro estava passando em
revista as tropas da terra do Maradona. Mas, se nem mesmo o
mais graduado dos diplomatas
tapuias toma tenência com as regras básicas do protocolo, por que
os outros haveriam de reverenciar nossa imagem?
QUALQUER NOTA
Semelhanças
Não paro de receber e-mails
convidando para entrar em
sites do tipo www.odeioocanada.com. Uai, será que só
agora o pessoal descobriu
que a América do Norte tem
um equivalente à Argentina?
Quem conhece o sotaquezinho francês dos canadenses
sabe do que estou falando.
Faz o castelhano dos vizinhos
do sul parecer língua castiça.
Barrichello "grávido"
E se um dia o filho do Barrichello colocar um daqueles
imãs com foto, escrito "Papai, não corra", no painel da
Ferrari do pai? Será que vai
fazer alguma diferença? Arre!
Até tu, Brutus Gancia?
E-mail- barbara@uol.com.br
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