|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Estudo aponta principais desafios
DA REPORTAGEM LOCAL
Um estudo feito para o observatório dos direitos do cidadão do
Instituto Pólis de São Paulo, ONG
de estudos em políticas públicas,
aponta dois principais desafios
para os gestores da saúde paulistana: contornar as terceirizações
que vêm desde a época do PAS
(Plano de Atendimento à Saúde) e
orquestrar as diferentes estruturas de mando da saúde municipal.
Além disso, a pesquisadora autora do estudo, a socióloga Zilda
Pereira da Silva, assinala os sucessivos sobressaltos e reestruturações pelos quais a área passou: extinção do PAS, criação de distritos
de saúde, de autarquias hospitalares, municipalização da rede básica que estava com o Estado, troca
de secretário, substituição dos
distritos pelas coordenadorias de
saúde das subprefeituras. E, por
fim, o início da gestão plena,
quando o município passou a responder também por parte da rede
de hospitais estaduais.
A idéia, diz Silva, foi fazer uma
espécie de balanço das políticas
da secretaria -que podem, enfim, explicar os resultados, como
indicadores de saúde. O trabalho
ainda não foi publicado.
Silva destaca, por exemplo, que
passados dois anos a prefeitura
não reduziu as terceirizações, feitas inicialmente para tapar os buracos deixados pelo PAS, como na
área de exames -sem equipamentos e funcionários.
O fato de parte do 10 mil exilados do PAS -funcionários que
não aceitaram o sistema de gestão
privada dos recursos públicos da
saúde-não terem voltado para a
Secretaria Municipal da Saúde
pode explicar parte da necessidade de terceirizações, diz. Para o
secretário da Saúde, Gonzalo Vecina Neto, dificilmente a prefeitura faria um trabalho melhor que
os terceirizados.
Para Silva, estruturas como a
das autarquias hospitalares, criadas para reunir hospitais e agilizar
processos de compra, podem ter
atrapalhado ainda mais o sistema
de saúde. "O que significa um sistema dividido em área ambulatorial e hospitalar? Complicou."
Silva chama atenção para o fato
do município ter a gestão da rede
toda de saúde, mas não a gerência. Isso significa, por exemplo,
não ter ingerência sobre vagas de
hospitais estaduais. Quem manda
é ainda o diretor da unidade.
Por fim, ela destaca a questão
das subprefeituras. "Na mudança
para as subprefeituras você tem
um jogo político que foge ao domínio da Secretaria da Saúde."
Texto Anterior: Estado cumpre 82% das metas Próximo Texto: Moacyr Scliar: Torta & Revolução Índice
|