MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O ganhador do concurso 471 da Lotomania poderá ficar sem receber R$ 1,6 milhão. O jogo foi feito em 20 de novembro de 2004, em uma lotérica de Curitiba. Na próxima sexta, termina o prazo para que o vencedor reclame o prêmio.
Até o final da tarde de ontem, a Caixa Econômica Federal não tinha sido procurada pelo sortudo ou sortuda. Passados 90 dias do sorteio, o ganhador perde o direito ao prêmio, e o dinheiro vai para o fundo que financia o ensino superior a universitários.
"No começo, até eu revirei os bolsos, mas agora já não procuro mais", contou João de Mello Bianco, dono da lotérica na qual a aposta foi feita, a Skandalu's.
A loja fica no centro, em uma antiga região boêmia de Curitiba. A lotérica está a uma quadra do hotel Caravelle. "No sábado do prêmio, o hotel abrigou um evento de senhoras do PT de todo o Estado. Vai que alguma jogou e nunca conferiu o cartão..."
A Lotomania, para Bianco, "é o jogo mais democrático que tem". Aceita aposta única de R$ 1 e paga maior prêmio a quem fizer 20 pontos de um total de 50 números marcados em um cartão de cem. A probabilidade de acerto é de um em 11.372.635, segundo os matemáticos. Quem errar todos também leva prêmio de valor menor.
Assim como a Megasena, que tem projeção de pagar prêmio de R$ 18 milhões, o sorteio de hoje da Lotomania está acumulado. Vai liberar R$ 3,5 milhões a quem acertar os 20 números.
A falta de procura por prêmios engorda um bolo de R$ 77 milhões que CEF deixou de transferir a apostadores no ano passado. Segundo os consultores de loteria da instituição, não se conhece um precedente de primeiro prêmio que ficou para trás. O habitual é que os "esquecimentos" ocorram sobre os prêmios de menor valor.