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EDUCAÇÃO
Acerto definiu prazo para que 50% das vagas nessas universidades sejam reservadas para alunos de escola pública
Acordo prevê cotas nas federais em 6 anos
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Representantes de movimentos
sociais, da Andifes (associação de
reitores de instituições federais de
ensino superior) e do Ministério
da Educação fecharam um acordo ontem para propor a implementação das cotas para estudantes oriundos de escola pública em
um prazo de seis anos.
Em contrapartida, o governo federal se comprometeu a aumentar os recursos destinados à assistência estudantil (como auxílios à
moradia e à alimentação), estimados em aproximadamente R$ 4
milhões para este ano.
De acordo com o ministro Fernando Haddad (Educação), a
proposta prevê a reserva de 12,5%
das vagas no primeiro ano em que
a medida estiver em vigor, com
aumento gradativo até chegar a
50%. Com isso, seria preciso praticamente dobrar os recursos destinados à assistência estudantil.
Na semana passada, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça)
da Câmara aprovou por unanimidade o projeto que prevê a reserva
de 50% das vagas das instituições
federais a quem cursou todo o ensino médio na rede pública. Entre
essas vagas, haveria uma cota para afrodescendentes e indígenas
na proporção dessas populações
em cada Estado.
Pelo texto dessa proposta, as
instituições teriam quatro anos
para adotar a reserva em todos os
cursos de todos os turnos. A Andifes protestou por entender que
o prazo de transição era pequeno
e reivindicava dez anos.
Os movimentos sociais defendiam a tramitação rápida e queriam que o projeto fosse diretamente para o Senado, por ter sido
aprovado em caráter conclusivo
na comissão da Câmara. Para tentar resolver essa polêmica, o MEC
reuniu as duas partes e chegou ao
acordo de ontem.
Mas parlamentares da oposição
que contestam o conteúdo do
projeto apresentaram recurso para que ele seja votado em plenário
e pretendem manter a discussão
mesmo após o acordo.
Sem prazo
A proposta de seis anos será
agora encaminhada em forma de
emenda ao plenário da Câmara
para análise e votação. "Toda proposta é bem-vinda, mas queremos uma discussão mais aprofundada. Queremos discutir o
conteúdo do projeto em plenário", afirmou o líder do PSDB na
Câmara, Alberto Goldman (SP).
Não há prazo para que o projeto
vá a votação. O secretário-executivo do ministério, Jairo Jorge,
disse que pretende solicitar uma
reunião com o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP),
e com líderes dos partidos.
Atualmente, cada universidade
decide se adota ou não o sistema
de cotas para estudantes egressos
da rede pública e afrodescendentes, além da forma de inclusão e
do percentual. Com a aprovação
do projeto, todas as federais passam a ser obrigadas a cumprir a
lei. Estão fora da decisão as instituições estaduais.
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