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Sob suspeita, escolas do Rio recebem mais verba
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
A Prefeitura do Rio e o governo
do Estado repassarão neste ano
R$ 11,1 milhões à Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba)
para organização dos desfiles
-R$ 6,1 milhões e R$ 5 milhões,
respectivamente. O repasse estadual foi anunciado ontem. O da
prefeitura já constava do contrato
entre o município e a liga.
Os repasses da prefeitura são
objeto de ação civil pública do Ministério Público Estadual do Rio
por improbidade administrativa.
A Promotoria argumenta que nos
últimos seis anos houve prejuízo
para os cofres públicos na organização do Carnaval.
De 1995 a 2005, o resultado da
prefeitura saiu de um superávit de
R$ 7,3 milhões para um prejuízo
de R$ 7,5 milhões, variação negativa de 202%. No período, a receita da Liesa dobrou, passando de
R$ 25,7 milhões para R$ 52,7 milhões. O aumento, de 105%, foi
maior do que o da receita de ingressos, que variou 30%.
Na ação -que ainda não foi julgada-, os promotores fazem um
histórico desde 1987 e mostram
que, ano a ano, a prefeitura foi
abrindo mão de receitas em favor
da Liesa e, a partir de 2000, transferindo mais recursos e responsabilidades para a liga, que é contratada sem licitação.
Em 1988, a Riotur ficava com
60% da receita de ingressos, comercialização e transmissão dos
desfiles. Desde 1993, a Liesa passou a receber 100% da receita com
comercialização e transmissão e a
ficar com a maior parte (61% naquele ano) dos recursos dos ingressos. Ao mesmo tempo em
que o percentual da Liesa foi crescendo (desde 2001 é 93%), a prefeitura passou a transferir verbas.
A Folha enviou por volta de 17h
e-mails para o prefeito César Maia
e o vice-presidente da liga, Jorge
Luiz Castanheira. Até o fechamento desta edição, nenhum dos
dois havia respondido.
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