São Paulo, sábado, 16 de fevereiro de 2008

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Ameaça de novos ataques deixa polícia em alerta

DA REPORTAGEM LOCAL

As polícias Civil e Militar de São Paulo foram colocadas em alerta na noite de ontem porque os serviços de inteligência dos dois órgãos levantaram informações de que as forças de segurança do Estado poderiam ser novamente alvo de ataques promovidos por integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
A Secretaria da Segurança Pública, por meio de sua assessoria de imprensa, confirmou que houve a intensificação do policiamento no Estado.
A movimentação em todos os batalhões da PM e Bombeiros, delegacias e órgãos especializados da Polícia Civil foi tratada no governo como "estado de atenção". Barricadas e blitze policiais ocorreram em diversos pontos da capital e cidades do interior, principalmente na região de Campinas (95 km de SP) e de Presidente Prudente (565 km da capital paulista), áreas onde estão concentrados vários dos 144 presídios de SP.
Ao mesmo tempo em que confirmou o reforço nas ações, a Segurança Pública afirmou que os ataques não passavam "de uma onda de boataria". Em maio, julho e agosto de 2006, a facção criminosa promoveu três ondas de atentados. Somente entre 12 e 19 de maio, foram 373 ataques e 140 mortos, entre agentes de segurança, civis e pessoas apontadas pelo governo como criminosos.
No início da noite, os delegados responsáveis pelos 93 distritos policiais da capital e de todos os departamentos especializados da Polícia Civil, bem como comandantes de batalhões da PM, foram alertados. Todos os oito delegados seccionais da capital (responsáveis pelo comando da Polícia Civil em áreas distintas da cidade) tiveram de ficar nas delegacias.
Por ordem do secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, todos deveriam permanecer com seus telefones ligados, principalmente na madrugada de ontem para hoje. O alerta valerá até segunda.
O "salve" (ordem para ataques) do PCC foi rastreado a partir de escutas telefônicas em telefones que estão em presídios na região oeste do Estado.
À noite, houve algumas ocorrências policiais. O tenente-coronel Paulo Telhada, comandante da PM na região central, afirmou considerá-las "normais", e não como "ataques".
Policiais Militares perseguiram uma motocicleta com dois suspeitos por 20 minutos na av. 23 de Maio e imediações. O veículo acabou interceptado na rua dos Trilhos, na Mooca (zona leste), houve troca de tiros e os dois homens -que carregavam uma pistola e um revólver- foram mortos pela PM.
Nas proximidades do Largo da Concórdia, no Brás (centro), um carro da Guarda Civil Metropolitana perseguiu um Gol branco após ouvir um tiro. PMs foram acionados, tentaram pará-lo, mas foram alvejados por um tiro e não conseguiram detê-lo. (AC, KT, LK e AI)


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