São Paulo, sábado, 16 de fevereiro de 2008

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Menina de 11 anos morre em ação policial na Rocinha

Objetivo era prender acusado de chefiar tráfico

LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Uma menina de 11 anos morreu depois de levar um tiro durante incursão da Polícia Civil do Rio na favela da Rocinha, em São Conrado (zona sul). A operação, segundo a polícia, foi uma tentativa de prender Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, acusado de ser um dos chefes do tráfico de drogas da favela. Ele não foi encontrado. Duas pessoas foram presas com armas e drogas.
O pai de Ágata Marques dos Santos, atingida no ombro quando estava na janela de sua casa, acusou policiais da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) da Polícia Civil de fazerem os disparos. A Core nega.
A operação, que mobilizou cerca de 200 policiais civis, começou por volta das 13h. Investigações indicavam que o traficante estaria em uma casa na localidade do Largo do Boiadeiro, dentro da Rocinha.
Logo que os policiais chegaram, houve troca de tiros com bandidos da Rocinha, e o trânsito na auto-estrada Lagoa-Barra, que liga a zona sul à Barra da Tijuca, na zona oeste, ficou interrompido por alguns minutos. A casa em que estaria o traficante foi encontrada vazia, disse a polícia.
Durante o tiroteio, Ágata, que jogava videogame, foi à janela olhar o que acontecia, contou o pai da menina, o autônomo Claudino dos Santos, 36.
"Quando ela veio à janela olhar o movimento, embicou aqui um carro da Core e começaram a disparar", afirmou o pai de Ágata. "Ela começou a falar "pai, pai, meu braço" e quando vi a bala tinha atravessado o corpo dela". Em estado de choque e com a roupa suja de sangue, Claudino mostrava a cena ainda montada da tragédia.
Em nota, a Polícia Civil afirmou ter "convicção de que o tiro que atingiu a menina não partiu dos policiais".


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