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Menina de 11 anos morre em ação policial na Rocinha
Objetivo era prender acusado de chefiar tráfico
LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Uma menina de 11 anos morreu depois de levar um tiro durante incursão da Polícia Civil
do Rio na favela da Rocinha, em
São Conrado (zona sul). A operação, segundo a polícia, foi
uma tentativa de prender Antônio Francisco Bonfim Lopes,
o Nem, acusado de ser um dos
chefes do tráfico de drogas da
favela. Ele não foi encontrado.
Duas pessoas foram presas com
armas e drogas.
O pai de Ágata Marques dos
Santos, atingida no ombro
quando estava na janela de sua
casa, acusou policiais da Core
(Coordenadoria de Recursos
Especiais) da Polícia Civil de fazerem os disparos. A Core nega.
A operação, que mobilizou
cerca de 200 policiais civis, começou por volta das 13h. Investigações indicavam que o traficante estaria em uma casa na
localidade do Largo do Boiadeiro, dentro da Rocinha.
Logo que os policiais chegaram, houve troca de tiros com
bandidos da Rocinha, e o trânsito na auto-estrada Lagoa-Barra, que liga a zona sul à Barra da Tijuca, na zona oeste, ficou interrompido por alguns
minutos. A casa em que estaria
o traficante foi encontrada vazia, disse a polícia.
Durante o tiroteio, Ágata,
que jogava videogame, foi à janela olhar o que acontecia, contou o pai da menina, o autônomo Claudino dos Santos, 36.
"Quando ela veio à janela
olhar o movimento, embicou
aqui um carro da Core e começaram a disparar", afirmou o
pai de Ágata. "Ela começou a falar "pai, pai, meu braço" e quando vi a bala tinha atravessado o
corpo dela". Em estado de choque e com a roupa suja de sangue, Claudino mostrava a cena
ainda montada da tragédia.
Em nota, a Polícia Civil afirmou ter "convicção de que o tiro que atingiu a menina não
partiu dos policiais".
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