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Ana Maria Stuart e a fuga da ditadura
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Com a filha de 4 anos nos
braços e a morte do marido
na memória, Ana Maria
Stuart fugiu da ditadura argentina e buscou asilo no
Brasil -onde se tornou petista, pesquisadora e defensora do Mercosul.
Desde antes da faculdade
de relações internacionais na
terra natal, Rosário, Ana Maria já era "militante de esquerda", inclusive da esquerda peronista -quando ficou
meses presa por seu envolvimento político, em 1972.
Mas foi em 1977, quando a
ditadura recrudescera, matando inclusive seu marido
-dez meses após o nascimento da filha, frisava-, que
ela decidiu abandonar o país.
Foi para o Paraguai e então
se exilou no Brasil.
Chegou a São Paulo em
1978, sem ter onde ficar. Ajudada pelo Comitê Brasileiro
de Solidariedade (CBS), retomou a militância e a vida. Logo entrou para o PT, onde
fundou a secretaria de relações internacionais.
No mestrado, não hesitou
em estudar a relação que, de
certa forma, marcara sua vida -a integração Brasil-Argentina. No doutorado, estudou o Mercosul, que defendia a todo custo.
Sempre os cabelos morenos caindo sobre os ombros e
um batonzinho, "até para ir à
esquina", lecionava relações
internacionais da Unesp e
pesquisava para o Centro de
Estudos de Cultura Contemporânea. E era membro do
Grupo de Análise da Conjuntura Internacional da USP.
Ao morrer de câncer, na
segunda, deixou marido, três
filhos, dois netos "e um número incontável de amigos,
colegas e alunos que a guardarão sempre na memória."
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