São Paulo, sábado, 16 de fevereiro de 2008

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Ana Maria Stuart e a fuga da ditadura

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Com a filha de 4 anos nos braços e a morte do marido na memória, Ana Maria Stuart fugiu da ditadura argentina e buscou asilo no Brasil -onde se tornou petista, pesquisadora e defensora do Mercosul.
Desde antes da faculdade de relações internacionais na terra natal, Rosário, Ana Maria já era "militante de esquerda", inclusive da esquerda peronista -quando ficou meses presa por seu envolvimento político, em 1972.
Mas foi em 1977, quando a ditadura recrudescera, matando inclusive seu marido -dez meses após o nascimento da filha, frisava-, que ela decidiu abandonar o país. Foi para o Paraguai e então se exilou no Brasil.
Chegou a São Paulo em 1978, sem ter onde ficar. Ajudada pelo Comitê Brasileiro de Solidariedade (CBS), retomou a militância e a vida. Logo entrou para o PT, onde fundou a secretaria de relações internacionais.
No mestrado, não hesitou em estudar a relação que, de certa forma, marcara sua vida -a integração Brasil-Argentina. No doutorado, estudou o Mercosul, que defendia a todo custo.
Sempre os cabelos morenos caindo sobre os ombros e um batonzinho, "até para ir à esquina", lecionava relações internacionais da Unesp e pesquisava para o Centro de Estudos de Cultura Contemporânea. E era membro do Grupo de Análise da Conjuntura Internacional da USP.
Ao morrer de câncer, na segunda, deixou marido, três filhos, dois netos "e um número incontável de amigos, colegas e alunos que a guardarão sempre na memória."


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