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carnaval 2010 / Desfiles do Rio
Salgueiro e Tijuca saem favoritas na 1ª noite
Carnavalescos das duas escolas divergem sobre uso do teatro e coreografia em desfile
Barros, da Tijuca, e Lage, do Salgueiro, tentaram selar a paz na Sapucaí, mas "guerra" deve seguir pelo menos até amanhã, dia da apuração
DA SUCURSAL DO RIO
As divergências entre os carnavalescos Paulo Barros, da
Unidos da Tijuca, e Renato Lage, do Salgueiro, expostas pela
Folha no domingo, evoluíram
para declarações de paz na Sapucaí. Após a primeira noite de
desfiles do Rio, no entanto, a
"guerra" deve continuar: os
dois são candidatos ao título.
As duas escolas foram destaques e os estilos dos artistas talvez não estejam tão distantes.
Barros, apontado pelo rival
como responsável por "militarizar" o Carnaval, com muita
coreografia e teatralização,
usou menos o recurso neste
ano, com o enredo "É segredo!".
O destaque foi a comissão de
frente. Bailarinas usaram seis
figurinos -uns sobre os outros- e fizeram as trocas de
roupa sob panos, sem que o público percebesse.
"O Paulo [Barros] evoluiu.
Não ficou só nas alegorias vivas.
Mesclou um bom trabalho alegórico com espetáculo. Gostei
do desfile", elogiou Lage.
"Existe espaço para todos os
estilos. O que me deixa triste é
dizer que o que eu faço não é
Carnaval", afirmou Barros.
Curiosamente, um dos trunfos de Lage foi exatamente uma
ala coreografada, a do navio negreiro. A apresentação não empolgou tanto quanto a da Tijuca, mas foi correta e pôs a escola
na disputa pelo bicampeonato.
Enredo errado
A Beija-Flor também fez um
desfile sem grandes problemas,
mas empolgou pouco e com um
agravante: o enredo sobre Brasília, mesmo sem referência ao
presente, recebeu R$ 3 milhões
do governo de José Roberto Arruda, que está preso.
Das outras três agremiações
que desfilaram, a União da Ilha
foi a que mais mexeu com a plateia. O desfile sobre Dom Quixote foi simples, bem acabado,
e os componentes vibraram na
volta da escola ao Grupo Especial depois de nove anos.
A Imperatriz Leopoldinense
apresentou problemas técnicos
no desfile sobre religiões e seu
samba não cativou o público. A
Viradouro, que homenageou o
México mesmo sem patrocínio,
fez um desfile morno e está
ameaçada de rebaixamento.
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