São Paulo, terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

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carnaval 2010 / Desfiles do Rio

Salgueiro e Tijuca saem favoritas na 1ª noite

Carnavalescos das duas escolas divergem sobre uso do teatro e coreografia em desfile

Barros, da Tijuca, e Lage, do Salgueiro, tentaram selar a paz na Sapucaí, mas "guerra" deve seguir pelo menos até amanhã, dia da apuração

DA SUCURSAL DO RIO

As divergências entre os carnavalescos Paulo Barros, da Unidos da Tijuca, e Renato Lage, do Salgueiro, expostas pela Folha no domingo, evoluíram para declarações de paz na Sapucaí. Após a primeira noite de desfiles do Rio, no entanto, a "guerra" deve continuar: os dois são candidatos ao título.
As duas escolas foram destaques e os estilos dos artistas talvez não estejam tão distantes.
Barros, apontado pelo rival como responsável por "militarizar" o Carnaval, com muita coreografia e teatralização, usou menos o recurso neste ano, com o enredo "É segredo!".
O destaque foi a comissão de frente. Bailarinas usaram seis figurinos -uns sobre os outros- e fizeram as trocas de roupa sob panos, sem que o público percebesse.
"O Paulo [Barros] evoluiu. Não ficou só nas alegorias vivas. Mesclou um bom trabalho alegórico com espetáculo. Gostei do desfile", elogiou Lage.
"Existe espaço para todos os estilos. O que me deixa triste é dizer que o que eu faço não é Carnaval", afirmou Barros.
Curiosamente, um dos trunfos de Lage foi exatamente uma ala coreografada, a do navio negreiro. A apresentação não empolgou tanto quanto a da Tijuca, mas foi correta e pôs a escola na disputa pelo bicampeonato.

Enredo errado
A Beija-Flor também fez um desfile sem grandes problemas, mas empolgou pouco e com um agravante: o enredo sobre Brasília, mesmo sem referência ao presente, recebeu R$ 3 milhões do governo de José Roberto Arruda, que está preso.
Das outras três agremiações que desfilaram, a União da Ilha foi a que mais mexeu com a plateia. O desfile sobre Dom Quixote foi simples, bem acabado, e os componentes vibraram na volta da escola ao Grupo Especial depois de nove anos.
A Imperatriz Leopoldinense apresentou problemas técnicos no desfile sobre religiões e seu samba não cativou o público. A Viradouro, que homenageou o México mesmo sem patrocínio, fez um desfile morno e está ameaçada de rebaixamento.


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