São Paulo, quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

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Reforma não chega ao lado B da Paulista

Iluminação recém-inaugurada é mais um item ausente no trecho final da via, que tem escuridão e calçadas ruins

Moradores dos dois quarteirões se queixam de não ter os mesmos benefícios, apesar do valor alto do IPTU

CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO

Você está na avenida Paulista, informam as placas. Mas a calçada ainda é aquela de mosaico português, cheia de remendos e buracos, que empoça na chuva.
Em vez dos postes modernos recém-inaugurados, de vapor metálico, vê-se um quarteirão todo às escuras e, mais adiante, outro com dois postes de luz alaranjada.
É nessa Paulista que vivem os moradores dos dois quarteirões entre as ruas da Consolação e Minas Gerais -a via toda tem menos de 20 quadras. Eles reclamam que a prefeitura "se esqueceu" de levar as reformas até ali.
"Nem parece que moramos na Paulista. Ou abaixam o IPTU e mudam o nome da avenida ou melhoram como em todo o resto. Isso é preconceito", diz a advogada Martina Di Pietro, 50, moradora do edifício Anchieta.
Ela diz que o IPTU do apartamento onde mora, de 117 m2, aumentou de R$ 1.880 no ano passado para R$ 1.978 neste ano.
Para comparar, a Folha encontrou um apartamento com praticamente a mesma área, na Paulista "lembrada", com IPTU de R$ 1.000.
O prédio é o único residencial e ocupa o quarteirão inteiro até a av. Angélica.
Primeiro edifício de arquitetura moderna da avenida, é protegido pelo Patrimônio Histórico municipal.
O próprio condomínio fez remendos na calçada há cerca de dois meses, mas alguns buracos e poças d'água já reapareceram.
"Nossa calçada é antiga, o movimento é intenso, então a toda hora soltam os ladrilhos com o mapa de São Paulo. Eu mesmo já tropecei várias vezes", diz o síndico Nilton Oliveira, 61.
Em frente ao prédio há um ponto de ônibus que só recebe duas fontes de luz à noite: a do poste em outra rua, que dá acesso para a Rebouças, e a da lâmpada colocada pelo próprio condomínio na portaria. São vários os relatos de assaltos ali.

EM ALERTA
"Amigos meus já sofreram tentativa de assalto. Nunca pego ônibus tarde justamente porque tenho medo. Vou para casa de táxi", afirma a publicitária Mariana Travassos, 24.
O quarteirão abaixo, que tem dois postes de luz alaranjada, fica em frente à praça Marechal Cordeiro de Farias, que, apesar de conservada, é escura e serve de abrigo para usuários de drogas.
Segundo o porteiro Elson Lira, 47, que trabalha em um prédio comercial ali, é comum ver "homens correndo atrás de mulheres" já às 20h. "Um moça que trabalha aqui já foi assaltada duas vezes."
A diretora da Associação Paulista Viva, Marly Lemos, defende que as reformas se estendam por toda a via.
"Quando se fala em arrumar a Paulista, tem que ser a avenida inteira, até o fim."


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