São Paulo, quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011 |
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Crise derruba o chefe da Polícia Civil fluminense Allan Turnowski sai após conflito interno causado por operação da PF Delegado levantou suspeita de corrupção contra ex-subordinado; "Houve exageros", diz secretário de Segurança DIANA BRITO HUDSON CORRÊA ITALO NOGUEIRA DO RIO O delegado Allan Turnowski deixou ontem a chefia da Polícia Civil do Rio após quatro dias de crise e conflito interno na instituição. Sua substituta é a delegada Martha Rocha, que dirigia a Divisão de Polícia de Atendimento à Mulher. A crise foi detonada pela Operação Guilhotina, feita na sexta-feira passada pela Polícia Federal, Ministério Público e pela cúpula da Secretaria de Segurança do Rio. Trinta policiais foram presos. Entre eles, está o delegado Carlos Oliveira, ex-braço direito de Turnowski. O ex-chefe da Polícia Civil sai após levantar suspeitas de corrupção contra o delegado Cláudio Ferraz, seu ex-subordinado na Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas), que ajudou na operação. Testemunhas afirmaram que Turnowski recebeu propinas. O delegado negou e, por enquanto, ainda não é oficialmente investigado. A Folha apurou que a PF chegou a planejar buscas na casa do delegado. Após ter tido seu círculo de confiança devassado, Turnowski revidou. Lacrou a Draco, em busca de provas de corrupção. Achou indícios que serão apurados pela Corregedoria da Polícia Civil. Em entrevistas, Turnowski afirmou que, se Ferraz fosse subordinado a ele, seria exonerado -o que caberia ao secretário de Segurança, José Mariano Beltrame. Na véspera da operação, a delegacia comandada por Ferraz passou a responder diretamente ao secretário de Segurança, e as declarações de Turnowski foram consideradas afrontas a Beltrame. Ao apresentar ontem a nova chefe da Polícia Civil, o secretário disse que "houve exageros", mas não esclareceu a quais se referia. Indiretamente, porém, criticou a sugestão de exonerar Ferraz. "É muito difícil produzir provas. Distribuir notícias pelos corredores é fácil." Em nota, Turnowski afirmou que deixa em "outro patamar" a Polícia Civil. O governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) elogiou Turnowski, mas afirmou que Beltrame tem autonomia. A NOVA CHEFE Primeira mulher a assumir a chefia da Polícia Civil do Rio, a delegada Martha Rocha é conhecida por sua rigidez. Em 2000, indiciou o então comandante do Bope, coronel José Penteado, sob suspeita de homicídio culposo no caso do ônibus 174. Ela já tentou a carreira política. Concorreu a vagas na Assembleia Legislativa do Rio em 2002 e 2006 e foi vice na chapa de Jorge Bittar (PT) à Prefeitura do Rio em 2004. Texto Anterior: Folha.com Próximo Texto: Frases Índice | Comunicar Erros |
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