|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ROTA DE FUGA
Rana Koleilat, suspeita de participação no assassinato de premiê, fez um corte no pulso e levou dois pontos
Líbano pede extradição de acusada de golpe
DA REPORTAGEM LOCAL
O Líbano enviou ontem ao Brasil o pedido de extradição da economista libanesa Rana Abdel Rahim Koleilat, 39, presa no último
domingo em São Paulo.
Ela é acusada no Líbano de participação em um dos maiores golpes bancários daquele país -US$
1,2 bilhão (R$ 2,56 bilhões em valores atuais). A investigação da
ONU (Organização das Nações
Unidas) sobre a morte do primeiro-ministro Rafik Hariri aponta
uma possível ligação entre o atentado e o golpe no banco.
O governo do Líbano solicitou
que Rana seja mantida sob custódia até que o requerimento chegue pelas vias diplomáticas ao
Brasil. O Itamaraty e a Embaixada
do Líbano disseram que ainda
desconhecem o pedido.
Apesar de não haver um acordo
de extradição entre os dois países,
o chanceler libanês, Fawzi Salloukh, afirmou que a suspeita de
envolvimento de Rana no atentado que matou o premiê libanês
Rafik Hariri pode facilitar o processo. Isso porque, segundo ele, o
Conselho de Segurança da ONU
solicitou a todos os países que auxiliem nos desdobramentos do
caso da morte de Hariri.
Defesa
O advogado da acusada, Victor
Mauad, afirmou que vai contratar
especialistas nessa área para evitar a extradição. "Tanto esse pedido quanto a prisão aqui no Brasil
são ilegais", disse.
Rana foi presa em São Paulo
porque, segundo a Polícia Civil,
ofereceu US$ 200 mil (R$ 426 mil)
aos policiais para não ser detida.
Segundo Mauad, Rana nega
tanto as acusações feitas no Líbano como a da polícia paulista. Ela
passou 14 meses presa pelo golpe,
descoberto em 2003. Foi solta,
mas deveria ficar no Líbano.
Ontem, Rana foi levada ao hospital com um corte no pulso esquerdo. A polícia disse que o ferimento é superficial e foi feito por
ela com um estilete, mas não explicou a origem do objeto.
A economista tomou dois pontos e foi liberada. Um funcionário
do hospital, que não quis se identificar, disse que o ferimento sangrava pouco.
"Foi um charminho. Se quisesse, ela teria todas as condições de
cortar o pulso", disse o diretor do
Decap (Departamento de Polícia
Judiciária), delegado Antônio
Chaves Martins Fontes.
"O desespero com a perspectiva
de ser mandada para o Líbano pode ter motivado essa suposta tentativa de suicídio", disse o advogado da acusada.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Violência doméstica: Kadu Moliterno diz, em nota, que "errou" Próximo Texto: Grupo investiga 19 suspeitos de atentado a premiê Índice
|