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TRANSPORTE
Mudança prevista há 3 anos deve começar nos próximos meses; meta é aumentar produtividade e reduzir déficit
Prefeitura vai cortar 1/3 das linhas de ônibus
LUÍSA BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
O transporte público de São
Paulo vai perder nos próximos
meses 37,7% do total de linhas de
ônibus e lotações, conforme os
planos do governo José Serra
(PSDB) divulgados ontem.
As mudanças, previstas desde a
licitação do sistema feita há três
anos e prometidas logo no começo da gestão tucana, tendem a
provocar mudanças significativas
nos trajetos dos passageiros.
Elas foram relançadas como
parte da solução para a crise financeira do transporte agravada
na semana passada, quando empresários de ônibus pediram a
rescisão de contratos e condutores fizeram paralisação.
Segundo a Secretaria Municipal
dos Transportes, apesar da redução das linhas de 1.305 para 813,
não haverá prejuízo aos usuários
e a quantidade de lugares disponíveis nos ônibus e lotações deve subir de 903 mil para 1 milhão.
"Uma linha poderá absorver mais
veículos", explica o secretário dos
Transportes, Frederico Bussinger.
Esse crescimento, diz a gestão
Serra, será possível com a maior
eficácia do sistema nas áreas centrais. Isso será feito com a substituição de veículos menores por
maiores e com a redução da concentração de ônibus nos corredores, o que aumentará a velocidade
nas principais avenidas. Assim, a
prefeitura pretende aumentar a
produtividade do sistema.
Os ônibus serão os maiores
atingidos pela redução das linhas,
que passarão de 829 para 315. Já o
sistema local, operado em grande
parte pelos perueiros, terá aumento de linhas de 476 para 498.
O objetivo principal, de acordo
com a secretaria, é acabar com a
grande quantidade de linhas que
fazem um trajeto semelhante e diminuir os custos de operação.
Corredores
Haverá redução drástica de fluxo de veículos nos principais corredores exclusivos, segundo planilhas apresentadas pelo secretário. De acordo com ele, a medida
visa reduzir o tempo das viagens e
a espera dos usuários nos pontos
(de 40 para 20 minutos).
No corredor Campo Limpo/
Rebouças/Centro, a quantidade
de ônibus na hora de pico da manhã cairá de 230 para 126. No corredor Jardim Ângela/ Guarapiranga/Santo Amaro, a queda vai
superar 50% -de 409 para 168. Já
no trajeto Santo Amaro/Nove de
Julho/Centro o número de veículos cairá de 242 para 145.
Outra proposta é diminuir a
distância que a pessoa precisa andar para chegar ao ponto. Atualmente, a secretaria estima uma
caminhada de até 800 metros
-que deve ser reduzida para no
máximo 500 metros.
De acordo com Frederico Bussinger, a reorganização da frota
deve possibilitar a redução no déficit que hoje é motivo de crise no
sistema. Empresários de ônibus
reclamam que sofrem prejuízo
mensal próximo de R$ 50 milhões
e a prefeitura diz que não pode
aumentar a remuneração além do
previsto em contrato.
Os empresários disseram que
vão avaliar a proposta da secretaria para depois se posicionarem.
O plano apresentado ontem vai
ao encontro do discurso inicial de
Bussinger, de implantar um sistema conforme planejado na concorrência pública de 2003.
De um lado, já naquela época, a
mudança teve a aprovação de
muitos técnicos por permitir a redução de custos e a elevação da
produtividade do sistema. De outro, tende a causar transtornos pela mudança de hábitos e aumento
de baldeações.
Colaborou ALENCAR IZIDORO, da Reportagem Local
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