São Paulo, segunda-feira, 16 de março de 2009

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Foco

Amigos fazem ato no Rio por permanência de garoto com família brasileira

DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO

Cerca de 300 pessoas, segundo a Polícia Militar, fizeram ontem no Rio uma passeata de apoio à permanência no Brasil do menino de oito anos, órfão de mãe, cuja guarda é disputada pelo pai, o americano David Goldman, e pelo padrasto, o brasileiro João Paulo Lins e Silva.
O tema chegou a ser abordado no encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Barack Obama, no sábado -fora da Casa Branca, simpatizantes de Goldman protestaram por sua volta.
A manifestação de ontem, organizada por amigos do lado brasileiro, contou com a presença do tio do menino, Luca Bianchi, e do pai do padrasto, Paulo Lins e Silva.
Luca Bianchi considerou acertada a atitude do presidente Lula de dizer a Obama que o caso será decidido pela Justiça brasileira, mas criticou o pedido da AGU (Advocacia-Geral da União) para que o menino seja devolvido aos EUA. "A AGU não tem por que estar no caso."
O grupo reuniu-se em frente ao hotel onde Goldman hospedou-se na quarta, em Copacabana, zona sul. Ele veio ao país para fazer exames psicológicos pedidos pela Justiça e visitar o filho. O advogado de Lins e Silva, Sérgio Tostes, porém, disse acreditar que Goldman "pode ter deixado o país ontem [anteontem]".
A Folha telefonou para o advogado de Goldman no Brasil, mas ele não respondeu ao recado. No hotel, o recepcionista afirmou apenas que não havia registro de nenhum David Goldman.
Com faixas e bandeiras do Brasil, os manifestantes entoavam gritos de ordem no qual afirmavam que o menino quer permanecer no país. Ontem, o jornal "O Globo" publicou uma entrevista em que o padrasto afirma que a criança disse a psicólogos a serviço da Justiça que iria "quebrar tudo" se fosse obrigado a retornar para os EUA.
A atriz Nívea Stelmann, que era amiga de Bruna Bianchi, mãe do garoto, também marcou presença. Disse que, no sábado, fez uma visita à casa onde o menino vive. "Ele está triste. Acaba de perder a mãe e agora ainda corre o risco de ser arrancado do país."
Mesmo sem conhecer a família do menino, a ex-"Casseta & Planeta" Maria Paula também compareceu. "Essa criança já passou por trauma demais. Quem tem de se adaptar à situação é o pai."
Em nota, o presidente do Conselho Federal da OAB, Cezar Britto, disse que os métodos das autoridades americanas para pressionar pela volta do garoto são "ofensivos e atentatórios à soberania do Estado brasileiro".


Colaborou a Folha Online


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