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Foco
Amigos fazem ato no Rio por permanência de garoto com família brasileira
DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO
Cerca de 300 pessoas, segundo a Polícia Militar, fizeram ontem no Rio uma passeata de apoio à permanência
no Brasil do menino de oito
anos, órfão de mãe, cuja guarda é disputada pelo pai, o
americano David Goldman, e
pelo padrasto, o brasileiro
João Paulo Lins e Silva.
O tema chegou a ser abordado no encontro entre os
presidentes Luiz Inácio Lula
da Silva e Barack Obama, no
sábado -fora da Casa Branca,
simpatizantes de Goldman
protestaram por sua volta.
A manifestação de ontem,
organizada por amigos do lado brasileiro, contou com a
presença do tio do menino,
Luca Bianchi, e do pai do padrasto, Paulo Lins e Silva.
Luca Bianchi considerou
acertada a atitude do presidente Lula de dizer a Obama
que o caso será decidido pela
Justiça brasileira, mas criticou o pedido da AGU (Advocacia-Geral da União) para
que o menino seja devolvido
aos EUA. "A AGU não tem por
que estar no caso."
O grupo reuniu-se em frente ao hotel onde Goldman
hospedou-se na quarta, em
Copacabana, zona sul. Ele
veio ao país para fazer exames
psicológicos pedidos pela Justiça e visitar o filho. O advogado de Lins e Silva, Sérgio Tostes, porém, disse acreditar que
Goldman "pode ter deixado o
país ontem [anteontem]".
A Folha telefonou para o
advogado de Goldman no
Brasil, mas ele não respondeu
ao recado. No hotel, o recepcionista afirmou apenas que
não havia registro de nenhum David Goldman.
Com faixas e bandeiras do
Brasil, os manifestantes entoavam gritos de ordem no
qual afirmavam que o menino quer permanecer no país.
Ontem, o jornal "O Globo"
publicou uma entrevista em
que o padrasto afirma que a
criança disse a psicólogos a
serviço da Justiça que iria
"quebrar tudo" se fosse obrigado a retornar para os EUA.
A atriz Nívea Stelmann,
que era amiga de Bruna Bianchi, mãe do garoto, também
marcou presença. Disse que,
no sábado, fez uma visita à
casa onde o menino vive. "Ele
está triste. Acaba de perder a
mãe e agora ainda corre o risco de ser arrancado do país."
Mesmo sem conhecer a família do menino, a ex-"Casseta & Planeta" Maria Paula
também compareceu. "Essa
criança já passou por trauma
demais. Quem tem de se
adaptar à situação é o pai."
Em nota, o presidente do
Conselho Federal da OAB,
Cezar Britto, disse que os métodos das autoridades americanas para pressionar pela
volta do garoto são "ofensivos
e atentatórios à soberania do
Estado brasileiro".
Colaborou a Folha Online
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