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TSUYOSHI OTA (1934-2009)
Sua fama no beisebol não era um ideal
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
No navio que trazia aquele
grupo de japoneses ao país,
no fim da década de 50, correu o zunzunzum de que o
arremessador do Kintetsu
Buffaloes, time da liga profissional de beisebol do Japão,
estava entre os passageiros.
Tsuyoshi Ota, que cresceu
no norte de seu país buscando abrigo sob mesas quando
sirenes alertavam para a
ameaça de ataques aéreos,
desembarcou com o grupo.
Formado em economia,
veio treinar a equipe de beisebol de uma empresa japonesa que abria uma filial no
PR. Após dois anos, a firma
fechou, e Tsuyoshi mudou-se para Mogi das Cruzes, onde continuou treinando.
Segundo o filho Nilton, seu
pai chegou a treinar a seleção
brasileira no Pan-Americano
em São Paulo, em 1963.
Como nunca quis seguir na
área, e já decidido a ficar no
Brasil, abandonou o esporte.
Em 1968, com dois filhos,
ficou viúvo da primeira mulher. No ano seguinte veio para SP, onde vendeu teares por
um tempo. Nos meses difíceis, na Liberdade, apostava
no mahjong, um jogo estratégico que lembra o dominó.
Em 1973, começou numa
empresa japonesa têxtil e,
nela, aposentou-se, em 2003.
Muito reservado, falava pouco sobre o passado, pois achava que a fama que teve como
jogador não deveria servir
aos filhos como ideal.
Na quinta, 2, morreu de
problemas cardíacos, aos 74.
Deixa viúva, quatro filhos e
duas netas. Em 9 de maio, haverá um culto budista em sua
memória, às 11h20, no templo Nishi Honganji, na Praça
da Árvore, em SP.
obituario@grupofolha.com.br
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