São Paulo, quinta-feira, 16 de maio de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SAÚDE

Área tem 10.828 casos confirmados

Dengue cresce 122% no litoral paulista

ALESSANDRA KORMANN
DA AGÊNCIA FOLHA

O número de casos de dengue no litoral de São Paulo aumentou 122,4% em pouco mais de um mês, segundo o último relatório do Centro de Vigilância Epidemiológica, divulgado no dia 10.
Atualmente, há 10.828 casos confirmados no litoral, 60,13% do total de casos do Estado (18.006). Em abril, o número era de 4.869.
A situação do Estado não é tão alarmante, se comparada com o quadro de 2001, ano da maior epidemia da história -51.348 casos. No mesmo período de 2001, já havia 33.066 casos confirmados, um número 83,6% superior ao registrado até agora neste ano. No litoral, no entanto, nessa mesma época havia apenas 5.726 casos.
"A investigação do que está acontecendo nessa região é agora nossa prioridade", diz Carmen Moreno Glasser, diretora do Departamento de Controle de Vetores da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias).
O órgão deslocou cem funcionários para fazer uma detalhada investigação entomológica (referente ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença) no litoral.
Como os índices de infestação (quantidade de larvas do mosquito encontradas em "armadilhas" colocadas pela Sucen) na Baixada Santista estão baixos, a equipe vai procurar identificar criadouros em locais de difícil acesso.
O maior problema são as casas de veraneio, que ficam fechadas. "Vamos falar com imobiliárias e com o Ministério Público para viabilizar nossa entrada nesses imóveis", diz Carmen. Segundo ela, o motivo para o maior número de casos no litoral neste ano é que a transmissão começou mais cedo e continua fazendo calor na região, o que ajuda na proliferação do mosquito e faz com que ele pique com mais frequência.
Apesar de ser uma época em que chove menos nas cidades litorâneas, o ovo do mosquito pode durar até um ano, bastando uma pequena quantidade de água para que eles se tornem larvas.
A maioria dos casos se concentra na Baixada Santista. Só em Santos, São Vicente, Praia Grande e Guarujá, há 9.685 casos confirmados. A única morte por dengue hemorrágica no Estado até agora ocorreu em Praia Grande.
Em Santos e São Vicente já há casos dos sorotipos 2 e 3, mais perigosos. Apesar disso, São Sebastião, no litoral norte, é o município com maior ocorrência da doença em proporção com o número de habitantes, entre as cidades com mais de cem casos.
Mas já há casos autóctones em Baraqueçaba (11), em Toque-Toque Pequeno (1), em Maresias (5), em Boiçucanga (2), em Camburi (1), em Praia Preta (1), em Juqueí (3) e em Boracéia (1). "Estamos com 80 agentes fazendo trabalho ininterrupto para que os turistas possam visitar tranquilamente a região na temporada", diz o secretário da Saúde de São Sebastião, Aldo Pedro Conelian Jr.



Texto Anterior: Rui Falcão nega ter perdido poder no governo
Próximo Texto: Infância: Separação de irmãos com HIV gera protesto
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.