São Paulo, terça-feira, 16 de maio de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

GUERRA URBANA/COMÉRCIO

Empresas dispensaram funcionários mais cedo na capital paulista, algumas sob orientação da polícia; indústria cancela turno

Por precaução, shoppings fecham lojas

DA REPORTAGEM LOCAL

O comércio paulista fechou as portas ontem em diversas regiões do Estado e fábricas cancelaram turnos ontem à noite devido à onda de violência que assola São Paulo e dificultou o transporte.
A Associação Comercial de São Paulo informou que comerciantes de pelo menos quatro bairros -com seis ruas de grande concentração de lojas populares ou de alto luxo- decidiram permanecer fechados ou antecipar o horário de fechamento.
Nas ruas Teodoro Sampaio (Pinheiros), Oscar Freire (Jardins), Francisco Morato (Morumbi), 25 de Março, São Caetano e Líbero Badaró (todas na região central), estabelecimentos não funcionaram -parte deles por orientação policial.
A rede Casas Bahia fechou seis de suas 273 unidades no Estado por registrar pequenos tumultos ou por determinação da Polícia Militar. A assessoria de imprensa da rede não tinha confirmação até o início da noite de ontem sobre ataques a lojas.
"Amanhecemos no Iraque. Para não comprometer a segurança das pessoas, a decisão foi fechar [as lojas]", disse Guilherme Afif Domingos, presidente da associação comercial.
O Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) foi procurado ontem por inúmeras indústrias. "A decisão de fechar ou cancelar turnos ficou a cargo de cada empresa", disse Claudio Vaz, presidente do Ciesp.
A Telefônica confirmou que dispensou 7.000 funcionários antecipadamente para facilitar o retorno do trabalho às suas residências, mas disse que a decisão não prejudicou suas operações. Na companhia, segundo a Folha apurou, a direção pediu que as pessoas se dividissem em grupos na saída para não chamar a atenção para a dispensa.
Na Vivo, maior operadora de telefonia celular do país, gerentes de área também foram orientados a dispensar suas equipes.

Poucos funcionários
Trêmula, a vendedora Laila Elaine Mendes declarou: "Estou em pânico". A comerciante esperava autorização da proprietária da loja para fechar as portas. Na galeria comercial onde trabalha, na av. Paulista, às 16h de ontem, a maioria das lojas já havia fechado.
Em muitos casos, o fechamento antecipado das lojas foi causado pelo baixo número de funcionários que conseguiram chegar ao trabalho ou pela preocupação com o retorno dos trabalhadores para casa. O shopping Iguatemi, centro de compras de luxo, fechou às 16h. O Shopping Higienópolis (região central) estava fechado às 17h de ontem. Market Place e Villa-Lobos também fecharam.
Na rua Teodoro Sampaio, no largo da Batata e adjacências (zona oeste da capital), os comerciantes começaram a abaixar as portas por volta das 14h.
Na Baixada Santista, a maior parte das lojas de várias regiões de Santos, São Vicente, Praia Grande, Cubatão e Guarujá fechou as portas na tarde de ontem. Escolas e unidades de saúde também não funcionaram. (CÍNTIA CARDOSO, CLAUDIA ROLLI, LUÍSA BRITO, MARIANA CAMPOS e LUCIANA COELHO)


Texto Anterior: Na Oscar Freire, clima é de feriado
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.