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GUERRA URBANA/ SISTEMA PRISIONAL
Nas ações, que atingiram 82 unidades do sistema penitenciário, 381 pessoas foram feitas reféns e ao menos 17 detentos foram mortos
Após 4 dias, rebeliões em SP chegam ao fim
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
Após quatro dias de duração, as
rebeliões no sistema penitenciário, organizadas pelo PCC, terminaram ontem com um saldo de ao
menos 17 presos mortos. A ação
chegou a atingir 82 unidades, que
abrigam mais de 60% de todos os
detentos do Estado. Na ação, 381
pessoas foram feitas reféns. Não
há registro de feridos entre elas.
Segundo balanço divulgado pela Secretaria da Administração
Penitenciária, nove detentos foram mortos nas unidades sob sua
responsabilidade, sendo três na
capital e na Grande São Paulo.
Outras quatro mortes, ocorridas
na penitenciária de Ribeirão Preto
(a 314 km da capital), ainda não
foram confirmadas.
Além disso, oito detentos morreram em uma unidade sob responsabilidade da Secretaria da
Segurança Pública, em São Sebastião (litoral paulista). A pasta não
informou o número de unidades
rebeladas nem o total de vítimas.
Ontem, 55 presídios amanheceram rebelados. Em um deles, em
Franco da Rocha (Grande São
Paulo), parentes dos detentos disseram que ficaram reféns por
mais de 24 horas.
Os visitantes foram surpreendidas pelo tumulto no domingo.
"Meu filho de quatro meses ficou
todo esse tempo sem comer nada", disse Jaqueline Sampaio, 19,
que visitava o marido na unidade.
A Secretaria da Administração
Penitenciária não comentou as
reclamações. A pasta também
não divulgou as circunstâncias
das mortes dos detentos sob sua
responsabilidade.
Devido à tensão nas prisões, o
Sindicato dos Funcionários do
Sistema Prisional de São Paulo recomendou que, a partir de hoje,
os agentes fiquem na portaria nas
unidades em que existam problemas físicos. A posição foi tomada
antes do fim das rebeliões.
"Muitas prisões estão estouradas, sem grades", disse o diretor
da entidade Luiz da Silva Filho.
"Nesses lugares, os agentes estão
muito expostos. Para segurança
deles, eles não devem entrar."
Além dessa medida, o sindicato
fará uma rodada de assembléias,
na quinta e na sexta, para decidir
se a categoria entra em greve. No
Estado, trabalham cerca de 30 mil
agentes, segundo a entidade.
Febem
A assessoria de imprensa da Febem informou que ontem ocorreram duas rebeliões, em solidariedade à ação do PCC -ambas terminaram na própria segunda.
Na Raposo Tavares, o motim
contou com 374 internos. Quinze
agentes foram feitos reféns -três
ficaram feridos. Durante a madrugada, a Tropa de Choque agiu
e acabou com a rebelião. Em
Franco da Rocha, o motim começou às 13h e foi contido pela Tropa de Choque três horas depois.
Colaborou THIAGO MOMM
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