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GUERRA URBANA/ MORTES
No total, foram 20 mortos ontem, incluindo dois policiais militares e um civil; comunidades do Orkut pedem reação das forças de segurança
Quinze suspeitos morrem no quarto dia
DA REPORTAGEM LOCAL
Vinte pessoas morreram ontem, no quarto dia de ataques do
crime organizado contra as forças
de segurança do Estado de São
Paulo, segundo informações da
Secretaria da Segurança Pública.
Agora, em vez de policiais, a
maioria das vítimas foram suspeitos de participação nos atentados:
15 mortos em confrontos com a
polícia. Além deles, foram mortos
dois policiais militares, um policial civil e dois civis.
Com isso, já chega a 81 o número de vítimas desde que os ataques do PCC (Primeiro Comando
da Capital) começaram. Se somadas as 13 mortes durante as rebeliões em presídios espalhados pelo Estado, a guerra urbana já matou 94. Não foram divulgados pela Secretaria da Segurança os locais onde os suspeitos morreram
nem detalhes dos ataques a policiais e civis no quarto dia de pânico, mas foram confirmadas mortes em confrontos com a polícia
em cidades da Grande SP (Poá,
Guarulhos e Itaquaquecetuba) e
em bairros da capital (São Mateus
e Parque do Carmo -zona leste).
A Folha solicita desde o último
sábado ao governo paulista a listagem com os nomes dos mortos
nos atentados. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo disse que essa lista está em elaboração, mas não informou quando
ela será divulgada.
Contra-ataque na rede
Anônimos graças a apelidos e
sites pessoais falsos, policiais e
simpatizantes começaram a detalhar, no Orkut, a reação das forças
de segurança contra os ataques do
PCC no Estado. O tom comum é o
de vingança e de exaltação às
mortes dos criminosos.
No exemplo mais evidente, uma
foto em uma página pessoal do site mostra um suposto confronto
entre criminosos e polícia. "Menos três pro PCC", diz um texto
sob a imagem da página de um
usuário identificado como Sgt.
John Spartan, personagem do filme de ação "Demolidor" (1998).
Na fotografia, um Mercedes
Classe A aparece com as portas
abertas e um tiro no vidro traseiro. Dois homens de arma na cintura, aparentemente da Polícia
Civil, estão próximos do carro. O
autor da foto não é identificado,
mas deixou um recado em sua página pessoal: "PCC, me aguarde".
Entre as comunidades policiais,
o tom das mensagens publicadas
é o de "troco" aos criminosos em
conseqüência das mortes causadas em São Paulo. "Para cada Mike [PM] que tombou nessas ocorrências envolvendo o PCC, dois
ladrões têm que morrer para honrar os irmãos", diz um dos textos.
Na comunidade da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar),
um homem identificado como
policial avisa: "Agora vamos ver
quem manda, é hora de enxugar
as lágrimas e partir para cima".
Na comunidade "Polícia de São
Paulo", um homem propõe uma
medida radical. "Está na hora de
fazer uma faxina em São Paulo,
limpar nossa sociedade desses dejetos", diz o usuário, que sugere a
execução dos líderes do PCC em
uma falsa tentativa de resgate.
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