|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Alckmin prepara ataque
contra governo federal
DA REPORTAGEM LOCAL
Dentro da estratégia de que a
melhor defesa é o ataque, o pré-candidato do PSDB à Presidência
da República, Geraldo Alckmin,
começou a reunir ontem munição contra o governo federal na
área de segurança pública.
Alckmin se reuniu por cerca de
uma hora com um grande crítico
da política de segurança aplicada
pelo governo federal, o ex-secretário de Segurança Nacional Luís
Eduardo Soares.
Autor do Plano Nacional de Segurança do governo Lula, Soares
lamentou que ele tenha sido "engavetado" sem nem sequer ter sido testado. "Ao ouvir assessores,
Lula resolveu não assumir o protagonismo na área de segurança",
afirmou. Segundo Soares, esses
assessores alertaram o presidente
para o risco de ele ser responsabilizado por tudo o que acontecesse
na área de segurança caso assumisse esse protagonismo.
Na reunião, Soares apresentou a
Alckmin dados que dão conta de
que houve redução de investimentos federais em segurança.
Segundo Soares -um dos defensores da desconstitucionalização das polícias-, Alckmin tomou nota de suas propostas, enquanto acompanhava via internet
ou por telefone a crise no Estado.
Do escritório, Alckmin voltou a
falar com integrantes do governo
estadual. Coordenador do programa de governo de Alckmin,
João Carlos Meirelles disse que o
"que se deve ter de informação
importante neste momento são as
graves falhas do governo federal
na área de segurança".
O deputado federal Julio Semeghini passou pelo escritório de
Alckmin e esteve depois no Palácio dos Bandeirantes para levantar a relação de reivindicações feitas pelo governo estadual ao federal na área da segurança.
Semeghini quer apurar as principais deficiências do governo para apresentar hoje em plenário.
"Não adianta fazer um discurso
vazio, é preciso haver um levantamento objetivo." Segundo Semeghini, uma das queixas do secretário de Segurança Pública de São
Paulo, Saulo Abreu de Castro Filho, foi a suspensão da medida
que permitia pegar depoimento
de presos por teleconferência.
Aliados de Alckmin se mostraram contrários ao uso das forças
de segurança nacional no Estado.
Um dos interlocutores do governador Cláudio Lembo, o presidente da Assembléia Legislativa,
Rodrigo Garcia (PFL), afirmou:
"Não adianta bater no peito prometendo ajuda se não cumpriu a
sua responsabilidade".
O próprio Alckmin sentiu ontem conseqüências da crise. Às
16h30, a exemplo do comércio ao
redor, o condomínio onde funciona seu escritório, no Itaim Bibi,
foi fechado.
Texto Anterior: Exército Próximo Texto: Frases Índice
|