São Paulo, terça-feira, 16 de maio de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Alckmin prepara ataque contra governo federal

DA REPORTAGEM LOCAL

Dentro da estratégia de que a melhor defesa é o ataque, o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, começou a reunir ontem munição contra o governo federal na área de segurança pública.
Alckmin se reuniu por cerca de uma hora com um grande crítico da política de segurança aplicada pelo governo federal, o ex-secretário de Segurança Nacional Luís Eduardo Soares.
Autor do Plano Nacional de Segurança do governo Lula, Soares lamentou que ele tenha sido "engavetado" sem nem sequer ter sido testado. "Ao ouvir assessores, Lula resolveu não assumir o protagonismo na área de segurança", afirmou. Segundo Soares, esses assessores alertaram o presidente para o risco de ele ser responsabilizado por tudo o que acontecesse na área de segurança caso assumisse esse protagonismo.
Na reunião, Soares apresentou a Alckmin dados que dão conta de que houve redução de investimentos federais em segurança.
Segundo Soares -um dos defensores da desconstitucionalização das polícias-, Alckmin tomou nota de suas propostas, enquanto acompanhava via internet ou por telefone a crise no Estado.
Do escritório, Alckmin voltou a falar com integrantes do governo estadual. Coordenador do programa de governo de Alckmin, João Carlos Meirelles disse que o "que se deve ter de informação importante neste momento são as graves falhas do governo federal na área de segurança".
O deputado federal Julio Semeghini passou pelo escritório de Alckmin e esteve depois no Palácio dos Bandeirantes para levantar a relação de reivindicações feitas pelo governo estadual ao federal na área da segurança.
Semeghini quer apurar as principais deficiências do governo para apresentar hoje em plenário. "Não adianta fazer um discurso vazio, é preciso haver um levantamento objetivo." Segundo Semeghini, uma das queixas do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Saulo Abreu de Castro Filho, foi a suspensão da medida que permitia pegar depoimento de presos por teleconferência.
Aliados de Alckmin se mostraram contrários ao uso das forças de segurança nacional no Estado. Um dos interlocutores do governador Cláudio Lembo, o presidente da Assembléia Legislativa, Rodrigo Garcia (PFL), afirmou: "Não adianta bater no peito prometendo ajuda se não cumpriu a sua responsabilidade".
O próprio Alckmin sentiu ontem conseqüências da crise. Às 16h30, a exemplo do comércio ao redor, o condomínio onde funciona seu escritório, no Itaim Bibi, foi fechado.


Texto Anterior: Exército
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.