São Paulo, terça-feira, 16 de maio de 2006

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GUERRA URBANA/ ESTADOS

Segundo a polícia, grupo se preparava para incendiar ônibus seguindo ordens da facção; Estado tem 12 presos ligados ao grupo

Suspeitos de integrar o PCC são presos em PE

Policiais Militares deixam a cadeia pública da cidade de Foz de Iguaçu (Paraná), rebelião terminou ontem depois de 25 horas DA AGÊNCIA FOLHA
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

A Polícia Civil de Pernambuco anunciou ontem a prisão de sete supostos integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital). O grupo foi flagrado na noite de anteontem, quando se preparava para incendiar quatro ônibus.
Com os suspeitos, a polícia encontrou três litros de gasolina, um revólver e um isqueiro. Também foi apreendida uma motocicleta que seria usada nos ataques.
Dos sete presos, três são pernambucanos. Os outros vieram dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Ceará. Dois foram presos em Recife, e o restante, em Caruaru (a 136 km de Recife). Não houve confronto durante a prisão dos suspeitos.
Segundo o secretário da Defesa Social do Estado, Rodney Miranda, a ordem para incendiar os ônibus em Pernambuco partiu do PCC de São Paulo. Segundo ele, a organização já havia ordenado anteriormente que policiais e bombeiros fossem mortos. Para Miranda, o grupo que agiria no Estado, entretanto, vinha sendo monitorado desde o dia 8 pelo serviço de inteligência da polícia e, por este motivo, os atentados acabaram não se concretizando.
A princípio, disse o secretário, a facção planejava realizar uma série de rebeliões, começando pelo presídio Aníbal Bruno, em Recife. O objetivo, afirmou o secretário, era tentar melhorar as condições dos 12 presos que são ligados à organização, detidos no Estado. Eles têm vigilância especial e cumprem pena ou aguardam julgamento em celas isoladas.
Mas, com a deflagração dos ataques em São Paulo, o PCC mudou o foco e determinou aos seus integrantes em Pernambuco que aderissem a uma ação nacional.
O plano foi descoberto. Os suspeitos presos foram apresentados ontem à imprensa na Secretaria da Defesa Social. Um dos acusados, Rodrigo Tadeu Batista, 28, negou envolvimento no caso. Os outros não se pronunciaram.
Segundo o secretário, o PCC tenta se estruturar no Estado para atuar principalmente no tráfico de drogas. Pernambuco é o Estado do país que mais produz maconha e uma das portas de saída de cocaína para os países europeus.

Celular inicia motim
Em Santa Catarina, um telefonema de integrantes do PCC, presos em Mato Grosso do Sul, pôs o Estado em alerta ontem. Segundo o secretário da Segurança Pública, Dejair Vicente Pinto, detentos ligaram para um celular clandestino numa prisão de Balneário Camboriú ordenando rebeliões no Estado. A ligação foi interceptada.
O diretor do Departamento de Administração Prisional, Carlos Roberto dos Santos, disse que, durante a conversa, os integrantes da facção criminosa tentam convencer os presidiários catarinenses a aderir à série de rebeliões que acabaram se espalhando no país. O policiamento no Estado e a segurança nas prisões foram reforçados. Em Poços de Caldas (Minas Gerais, a 12 km da fronteira com São Paulo), um posto da Guarda Municipal e um prédio onde funciona uma companhia da Polícia Militar foram atingidos por vários tiros na noite de anteontem. Os quatro atiradores estavam em duas motocicletas. Ninguém ficou ferido neste ataque. Na manhã de ontem, 80 presos de uma cadeia em uma delegacia iniciaram uma rebelião, que foi logo depois foi controlada pelos policiais de plantão.
No Estado do Amazonas, após os ataques do PCC, o Comando da Polícia Militar suspendeu as férias e também as folgas dos policiais da corporação e mantém 2.000 soldados nos quartéis, em regime de alerta. Em Tocantins, a segurança nas casas de custódia foi dobrada. Em Mato Grosso, a polícia disse que evitou rebeliões nas cadeias após identificar movimentações suspeitas por parte de alguns presidiários. (FÁBIO GUIBU, MARI TORTATO, ANA RAQUEL COPETTI, THIAGO REIS E PAULO PEIXOTO)


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