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17 são presos acusados de superfaturar obras da CDHU
Segundo a polícia, esquema funcionava em 21 cidades
CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM PRESIDENTE PRUDENTE
A Polícia Civil de São Paulo
prendeu ontem 17 pessoas acusadas de participar de um esquema de fraude em licitações
para construção de casas populares no interior do Estado.
Entre os presos estão políticos, empresários, advogados e
um funcionário da CDHU
(Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano),
estatal subordinada à Secretaria Estadual da Habitação.
As prisões ocorreram em
quatro cidades do oeste paulista e em Paranavaí (PR).
Segundo o delegado seccional de Presidente Prudente
(SP), Reginaldo Borro, que chefiou a operação, o grupo criava
uma rede de empresas "laranjas" para vencer as licitações e,
posteriormente, superfaturava
as obras, feitas em parceria entre municípios e o governo paulista, por meio da CDHU. "As
fraudes são as mais diversas,
desde a aquisição do terreno
até a construção das casas."
As apurações, feitas com o
Ministério Público do Estado,
apontaram que o esquema funcionava em 21 cidades do oeste
paulista havia pelo menos sete
anos e movimentava cerca de
R$ 2 milhões por mês.
Segundo o delegado, o esquema começou a ser descoberto
em 2005, quando o Tribunal de
Contas do Estado identificou
irregularidades na prestação de
contas das prefeituras.
"Onde há obras da CDHU teremos investigação para detectar se também houve fraude",
diz o delegado.
Entre os presos ontem estão
o ex-prefeito de Pirapozinho
(SP) Sérgio Pinaffi (PTB), afastado do cargo no início deste
ano acusado de improbidade
administrativa; o vereador de
Presidente Epitácio (SP) Roni
de Andrade (PSDB); e o coordenador de obras da regional da
CDHU, Climério Pereira.
Segundo a polícia, Pinaffi é
acusado de facilitar fraudes nas
licitações para construção de
casas em seu município. Ele teria recebido dinheiro para ajudar uma empresa a vencer.
O funcionário da CDHU é
suspeito de aprovar medições
falsas das obras, o que colaboraria com o superfaturamento
de materiais. Ainda segundo a
polícia, o dono de uma construtora vencedora da maioria das
licitações, Francisco Emílio de
Oliveira, era o chefe do grupo.
As investigações apontam
que Oliveira, preso com a sua
mulher, seria o responsável por
14 empresas de fachada que
participavam das licitações.
Os suspeitos são acusados de
crime contra a administração
pública, formação de quadrilha
e falsificação de documentos.
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