São Paulo, sábado, 16 de maio de 2009

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Rádios novos usados pela CET não funcionam direito

Equipamentos cedidos pela PM parecem "caixa de abelha", dizem marronzinhos

Sistema de rádios, que os agentes consideram mais ágil, é retomado após quase quatro anos de utilização de celulares e palmtops

RICARDO SANGIOVANNI
DA REPORTAGEM LOCAL

Retomada em janeiro após quase quatro anos fora do ar, a comunicação via rádio entre marronzinhos (agentes de rua) e a central de operações da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) de São Paulo -sistema que, segundo funcionários, agiliza a mobilização e a chegada de equipes a locais de ocorrências- ainda não funciona corretamente.
"[Os rádios] parecem caixas de abelha: só fazem zumbido", diz Reno Ale, diretor do Sindiviários (sindicato dos funcionários da empresa municipal).
Segundo agentes ouvidos pela Folha, na maior parte da cidade os 250 rádios já entregues aos marronzinhos simplesmente não falam. O problema, dizem eles, acontece em todas as regiões, com maior frequência nas zonas leste e sul (onde estão um quarto dos aparelhos). "Não dá para contar com o sistema", afirma Ale.
Cedidos pela Polícia Militar através de convênio com a CET, sem custo para a companhia, os rádios são um complemento ao atual sistema de comunicação entre as equipes de rua e a central de operações -celulares e palmtops (computadores de mão com função de telefone) também são usados para transmitir informações. Mas esses dois sistemas também têm problemas e são alvo de críticas pelos agentes.
Os marronzinhos dizem preferir o rádio aos celulares e palmtops porque ele permite que a comunicação com a central seja ouvida por colegas em áreas próximas, o que agiliza a chegada a locais de acidentes ou de semáforos quebrados.
Além de não permitir a chamada "comunicação aberta", outro problema da comunicação por celular é a demora para conseguir contato com a central de operações, que não raro já está com todas as linhas ocupadas quando o agente liga da rua para passar informações.

500 rádios novos
A CET já recebeu 500 rádios novos da PM, mas até agora só distribuiu 250 -afirma que o resto está "em programação". A empresa diz ter 1.900 funcionários nas ruas, divididos em quatro turnos e seis áreas. Somente os que trabalham em carros e motocicletas receberam rádios -quem fica a pé só tem celular.
O sistema de comunicação da CET enfrentou sua fase mais crítica nos últimos anos no primeiro semestre de 2008, quando, por falta de palmtops (cuja manutenção fora suspensa por falta de contrato), marronzinhos eram obrigados a telefonar dos próprios celulares e até a ligar a cobrar para a central.
Mesmo com os problemas, a CET diz que, nos últimos dois anos, o tempo médio de chegada das equipes a ocorrências caiu de 12,5 minutos para 11,5 minutos. O sindicato estima que, com os rádios funcionando, essa média poderia ser reduzida em mais um minuto. A interdição de uma faixa por 15 minutos, por exemplo, provoca 3 km de engarrafamento.


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