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Rádios novos usados pela CET não funcionam direito
Equipamentos cedidos pela PM parecem "caixa de abelha", dizem marronzinhos
Sistema de rádios, que os agentes consideram mais ágil, é retomado após quase quatro anos de utilização
de celulares e palmtops
RICARDO SANGIOVANNI
DA REPORTAGEM LOCAL
Retomada em janeiro após
quase quatro anos fora do ar, a
comunicação via rádio entre
marronzinhos (agentes de rua)
e a central de operações da CET
(Companhia de Engenharia de
Tráfego) de São Paulo -sistema que, segundo funcionários,
agiliza a mobilização e a chegada de equipes a locais de ocorrências- ainda não funciona
corretamente.
"[Os rádios] parecem caixas
de abelha: só fazem zumbido",
diz Reno Ale, diretor do Sindiviários (sindicato dos funcionários da empresa municipal).
Segundo agentes ouvidos pela Folha, na maior parte da cidade os 250 rádios já entregues
aos marronzinhos simplesmente não falam. O problema,
dizem eles, acontece em todas
as regiões, com maior frequência nas zonas leste e sul (onde
estão um quarto dos aparelhos). "Não dá para contar com
o sistema", afirma Ale.
Cedidos pela Polícia Militar
através de convênio com a
CET, sem custo para a companhia, os rádios são um complemento ao atual sistema de comunicação entre as equipes de
rua e a central de operações
-celulares e palmtops (computadores de mão com função
de telefone) também são usados para transmitir informações. Mas esses dois sistemas
também têm problemas e são
alvo de críticas pelos agentes.
Os marronzinhos dizem preferir o rádio aos celulares e
palmtops porque ele permite
que a comunicação com a central seja ouvida por colegas em
áreas próximas, o que agiliza a
chegada a locais de acidentes
ou de semáforos quebrados.
Além de não permitir a chamada "comunicação aberta",
outro problema da comunicação por celular é a demora para
conseguir contato com a central de operações, que não raro
já está com todas as linhas ocupadas quando o agente liga da
rua para passar informações.
500 rádios novos
A CET já recebeu 500 rádios
novos da PM, mas até agora só
distribuiu 250 -afirma que o
resto está "em programação". A
empresa diz ter 1.900 funcionários nas ruas, divididos em quatro turnos e seis áreas. Somente
os que trabalham em carros e
motocicletas receberam rádios
-quem fica a pé só tem celular.
O sistema de comunicação da
CET enfrentou sua fase mais
crítica nos últimos anos no primeiro semestre de 2008, quando, por falta de palmtops (cuja
manutenção fora suspensa por
falta de contrato), marronzinhos eram obrigados a telefonar dos próprios celulares e até
a ligar a cobrar para a central.
Mesmo com os problemas, a
CET diz que, nos últimos dois
anos, o tempo médio de chegada das equipes a ocorrências
caiu de 12,5 minutos para 11,5
minutos. O sindicato estima
que, com os rádios funcionando, essa média poderia ser reduzida em mais um minuto. A
interdição de uma faixa por 15
minutos, por exemplo, provoca
3 km de engarrafamento.
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