|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SP quer pôr câmeras em todas as escolas
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo de SP prepara plano antiviolência para as escolas
da rede, que prevê instalação de
câmeras em todas unidades do
Estado e canal online de denúncias. O programa será lançado após dois casos de revolta
de alunos em colégios da capital no período de seis meses.
A Secretaria da Educação do
governo Serra (PSDB) afirmou
ontem que as ações serão divulgadas oficialmente neste mês.
A pasta promete um plano
desde dezembro, logo após o
primeiro caso de violência -30
estudantes se revoltaram e destruíram parte da escola Amadeu Amaral (zona leste).
De acordo com a secretaria,
alguns pontos já vêm sendo implementados, como o processo
de compra das câmeras.
Anteontem, alunos da escola
Professor Antônio Firmino de
Proença, na Mooca (zona leste), quebraram vidraças, cadeiras e mesas, após a polícia entrar na unidade para retirar
dois estudantes, acusados pela
direção do colégio de terem envolvimento com o tráfico. Essa
é uma das unidades da rede que
já conta com câmeras.
Segundo o plano a ser lançado até o final deste mês, haverá
instalação de câmeras primeiramente em 2.200 escolas da
Grande SP. Serão compradas
cerca de 11 mil câmeras, a serem operadas por centrais. A
intenção é que, depois, todas as
cerca de 5.300 unidades do Estado tenham os equipamentos.
A implementação de câmeras em colégios da Grande São
Paulo já havia sido anunciada,
no ano passado, pela então secretária da Educação Maria
Helena Guimarães de Castro.
A própria Antônio Firmino
de Proença possui um sistema
de vigilância por câmeras (algumas unidades da rede já possuem os aparelhos).
"Criamos o plano porque a
comunidade escolar precisa ter
tranquilidade para trabalhar",
afirmou o secretário-adjunto
da Educação, Guilherme Bueno de Camargo.
Uma empresa será contratada para operar as câmeras. Segundo Camargo, a implementação dos equipamentos não
entrou totalmente em prática
"por ser muito complexa e envolver muitos recursos".
Manual de instruções
Além das câmeras, será criado também um sistema via internet para que diretores e
membros da comunidade escolar possam fazer denúncias de
violência diretamente para a
Secretaria da Educação.
Um dos objetivos da pasta é
ter um diagnóstico do problema na rede. "Atualmente há alguns dados, mas entendemos
que não são suficientes", afirmou o secretário-adjunto.
Outra medida do plano será
um manual de procedimentos,
para que diretores e professores tenham instruções de como
proceder em cada caso (para
saber, por exemplo, quando a
polícia deve ser chamada).
"É preciso tomar algumas
medidas, porque a violência
nas escolas está muito acentuada", disse o presidente da Udemo (entidade que representa os
diretores dos colégios estaduais), Luiz Gonzaga Pinto.
"As câmeras são interessantes para evitar invasões. Mas isso já foi anunciado várias vezes,
sem que tenha começado a funcionar efetivamente", disse.
Para ele, a violência escolar
só terá efetiva queda se o diretor possuir mais poder para punir alunos. "Em casos extremos, como depredação, precisa
expulsar. O pai precisa encontrar outra escola para seu filho.
A legislação deve ser alterada.
Já para a questão da simples indisciplina o ideal é que as escolas tenham projetos pedagógicos para tratar o tema."
Texto Anterior: Prefeitura diz que trocas foram de 0,2% Próximo Texto: Após tumulto, metade dos alunos falta Índice
|