São Paulo, quarta-feira, 16 de junho de 2004

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Chaui pede fim da "privatização" no ensino superior ao assumir vaga

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A filósofa e professora da USP (Universidade de São Paulo) Marilena Chaui afirmou ontem, ao tomar posse no Conselho Nacional de Educação, em Brasília, que é preciso "desfazer a privatização" do ensino superior e o modelo universitário que julga excludente e voltado para o mercado.
Última a assumir dos seis novos conselheiros da Câmara de Educação Superior do CNE, Chaui defenderá a universidade "pública, gratuita e republicana". "Há muita coisa a ser desfeita, refeita e feita", disse, citando "a privatização do ensino e a quantidade enorme de cursos que não poderiam estar funcionando e funcionam". "Não será fácil, será uma batalha."
A nomeação dos novos conselheiros das câmaras de Educação Básica e Superior, cada uma com 12 membros, foi publicada no fim de abril, mais de um mês após o previsto, por indefinição no Palácio do Planalto. Na posse, no início de maio, Chaui estava no exterior. Ela integra grupo de professores da USP que criou documento, no fim de 2003, com propostas para a reforma universitária.
Segundo a professora, há privatização, inclusive, dentro das entidades públicas. Citou as fundações, que oferecem cursos de extensão pagos pelos alunos, com instalações e professores mantidos com verba pública.
Durante a posse, o ministro da Educação, Tarso Genro, apresentou aos conselheiros do CNE a proposta de trocar parte da dívida de países em desenvolvimento por investimentos em educação.
Aprovada por unanimidade na semana passada pelos ministros da Educação do Mercosul, a idéia argentina será discutida pelos presidentes dos países em julho.
Segundo Tarso, parte dos juros e serviços da dívida seria negociada entre os credores e devedores para aplicação direta em projetos educacionais, a fundo perdido.


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