São Paulo, sexta-feira, 16 de junho de 2006

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Brasileira é acusada de prostituição de luxo nos EUA

Andréia Schwartz foi presa sob a suspeita de explorar garotas de programa; Cláudia de Castro, outra brasileira, também foi detida

Segundo a polícia de Nova York, a capixaba teria afirmado em depoimento que lucrou US$ 1,5 milhão desde 2001 com o negócio


VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE NOVA YORK

A capixaba Andréia Schwartz, 31, foi presa pela polícia dos Estados Unidos sob acusação de proxenetismo (exploração da prostituição), posse de drogas e lavagem de dinheiro numa suposta rede de prostituição de luxo.
A prisão de Andréia ocorreu no dia 2 de junho, em Nova York. Anteontem, outra brasileira, Cláudia de Castro, de origem e idade não informadas pela polícia, foi presa na portaria do prédio de Andréia.
De acordo com registros do depoimento, Andréia teria dito à polícia que liderava a rede de prostituição havia um ano e meio, mas teria lucrado US$ 1,5 milhão (R$ 3,42 milhões) desde 2001. O valor do programa com as garotas variava de US$ 700 (R$ 1.600) a US$ 1.500 (R$ 3.420). Ou US$ 2.000 (R$ 4.560), se fosse realizado com duas garotas. A prostituição é crime nos Estados Unidos, com pena de um ano.
Ela ainda é acusada pela promotoria de tentar comprar, com suposto dinheiro ilegal que pertenceria a um grupo de investidores italianos, um andar inteiro no hotel Plaza (localizado na Quinta Avenida com rua 59). O lugar está fechado para reforma até o mês de outubro de 2007, quando deve reabrir como flat.
Ainda de acordo com a polícia de Nova York, a brasileira teria confessado que fornecia cocaína aos clientes. A pena nesses casos varia de 15 anos a prisão perpétua, a depender da quantidade de droga que foi apreendida.
O advogado de Andréia nega as acusações (leia texto nesta página). Por se tratar de delitos graves nos Estados Unidos, a Justiça recusou o pedido de liberdade mediante o pagamento de uma fiança.
"Não me considero uma traficante. Apenas fornecia drogas aos meu clientes", teria dito a capixaba, segundo relatos feitos pela polícia americana.
Andréia foi detida no condomínio de alto padrão onde morava em Manhattan, na esquina da rua 58 com a Sexta Avenida, a uma quadra do Central Park e a duas do Time Warner Center, em Columbus Circle.
Dois policiais à paisana procuraram a brasileira há uma semana em busca de sexo e cocaína. A brasileira teria mostrado a eles um catálogo com fotos de garotas de programas. Foi presa em flagrante.

Financiamento
A região da suposta casa de prostituição é das mais caras da ilha. A imobiliária que administra o edifício diz que um apartamento de dois quartos, como o da brasileira, custa entre US$ 1,2 milhão (R$ 2,73 milhões) e US$ 3 milhões (R$ 6,84 milhões). Para comprar qualquer imóvel em Manhattan, é necessário que o novo morador seja aprovado pelos condôminos em assembléia.
"Todo o dinheiro que ganhei na prostituição uso para pagar o financiamento do meu apartamento", afirmou Andréia em depoimento à polícia.
A história virou sensação nos jornais populares e em programas de televisão americanos. A rede ABC instalou uma torre móvel de transmissão em frente ao prédio dela. Outro tablóide fazia trocadilho na primeira página com "Million Dollar Baby", título original do filme "Menina de Ouro", de Clint Eastwood.
A brasileira, Cláudia de Castro foi presa na portaria do prédio de Andréia. Ela não tem advogado e, até a conclusão desta edição, tentava pagar fiança de US$ 1.000 (R$ 2.280) para responder ao processo em liberdade. Ela estaria vivendo ilegalmente nos EUA.
A Folha apurou que a prisão de Cláudia foi tramada. Após receber orientação para ir ao apartamento de Andréia e buscar objetos pessoais, a polícia armou o flagrante.


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