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Publicitária matou marido a facadas, afirma advogado
De acordo com ele, a cliente, foragida desde sábado, agiu em legítima defesa
Empresário foi assassinado na Barra da Tijuca (Rio), durante suposta briga; a mulher levou o filho do casal, de cinco anos
FÁBIO GRELLET
DA SUCURSAL DO RIO
A publicitária Alessandra Ramalho D'Ávilla Nunes, 35, admitiu ontem, segundo seu advogado, ter matado a facadas o
marido, o empresário Renato
Biasoto Mano Júnior, 52, no
apartamento em que moravam,
na Barra da Tijuca (zona oeste
do Rio). O crime ocorreu na
manhã do último sábado.
Segundo o advogado de Alessandra, Mário de Oliveira Filho, ela agiu em legítima defesa.
Oliveira foi ontem à 16ª DP para apresentar a confissão de sua
cliente, que está foragida.
Após o crime, a mulher fugiu
levando o filho do casal, de cinco anos. Sua prisão preventiva,
por cinco dias, foi decretada no
próprio sábado.
O advogado tentará conseguir a revogação da prisão e só
então pretende apresentar sua
cliente à Polícia Civil para que
preste depoimento. Segundo
ele, o filho do casal "está em lugar seguro e conta com assistência psicológica". Para Oliveira, não há razão para a prisão. "Ela já admitiu o crime e se
dispõe a ir à delegacia."
Segundo o advogado, o casal
brigava constantemente, e
Alessandra pediria nesta semana a separação litigiosa. "O marido era muito ciumento e não
admitia se separar", diz ele.
Oliveira conta que, na noite
de sexta-feira, Alessandra e o
marido receberam um casal de
amigos. "Ele [o marido] era tão
ciumento que ligou duas vezes
para o celular dela enquanto estavam juntos, na sala, só para
ver se o aparelho estava no modo vibratório", diz o advogado.
Quando os amigos saíram, o
filho foi dormir e o casal começou a discutir. Na versão apresentada pelo advogado, a criança acordou e pediu para que o
pai, embriagado, parasse de
agredir a mãe. "Nessa hora ele
ameaçou matar os dois e disse
que jogaria o filho pela janela."
Ainda por essa versão, Alessandra, que estava sendo enforcada pelo marido, conseguiu
pegar uma faca e atingi-lo no
peito. Ele reagiu e pode ter levado mais golpes, segundo o advogado. A mulher então se
trancou no quarto com o filho,
enquanto o marido foi buscar
auxílio na portaria.
O advogado pretende falar
hoje com o juiz do caso e pedir
habeas corpus para a cliente,
caso ele não revogue a prisão.
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