São Paulo, quarta-feira, 16 de junho de 2010

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Empresas aéreas desrespeitam novos direitos de clientes

Diante de atrasos e cancelamentos, TAM e Gol não conseguiam nem informar clientes sobre novas regras

Passageira só consegue alimentação após falar com 3 funcionários; empresas dizem que instruíram equipes


RICARDO GALLO
DE SÃO PAULO

Foi dura a vida do passageiro que procurou se informar sobre seus novos direitos no aeroporto de Guarulhos ontem, segundo dia em vigor da nova regra da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para atrasos e cancelamentos de voos.
Num dia em que 40% dos voos atrasaram em consequência da neblina em São Paulo, funcionários das companhias aéreas TAM e Gol não sabiam elucidar as dúvidas mais básicas e desrespeitaram os novos direitos dos clientes.
Também não havia folhetos para os passageiros, item obrigatório de acordo com a norma, criada em março.
A resolução 141 obriga as empresas, por exemplo, a oferecerem facilidades de comunicação -telefone ou internet- aos clientes após atraso de uma hora.
Se o voo atrasar duas horas, a companhia precisa fornecer alimentação. Quatro horas de espera devem garantir ao passageiro acomodação em sala vip ou hotel.
Até as 13h de ontem, a Anac de Guarulhos havia recebido dez reclamações de clientes. Anteontem, foram duas.

OVERBOOKING
Com a viagem cancelada por overbooking (quando a empresa vende mais assentos do que a capacidade do avião), a advogada Ádala Buzzi, 26, só obteve um vale de R$ 30 para almoçar após falar com três funcionários no balcão da TAM.
Segundo a advogada -que foi para Natal com mais de seis horas de atraso e em um voo com escala -, só o supervisor da empresa conhecia a nova regra.

SEM TRANSPORTE
No balcão da Gol, por volta do meio-dia, um casal que havia perdido a conexão para Belo Horizonte reclamava de não ter sido reacomodado em outro voo.
Uma funcionária da companhia aérea dizia que a única opção era embarcar no aeroporto de Congonhas, no final da tarde.
Informado pela Folha do direito de viajar por outra companhia aérea, o casal insistiu. Só então a funcionária mencionou a possibilidade -mas não ofereceu alimentação nem transporte, como é previsto pela norma.


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